A Polícia Civil de São Paulo realizou, nesta sexta-feira (10), uma
O estabelecimento fica em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e distribuía os produtos irregulares para outros comércios. A operação começou a partir da investigação da morte de um homem que consumiu uma das bebidas em 12 de setembro e morreu quatro dias depois.
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No bar onde a vítima consumiu a bebida, a polícia apreendeu nove garrafas e peritos detectaram metanol em oito delas, com concentração entre 14,6% e 45,1%. O dono do bar admitiu ter comprado as bebidas de uma distribuidora não autorizada.
Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, até quinta-feira (9) foram confirmados três novos casos de intoxicação, totalizando 23 pacientes, com
Além de São Bernardo do Campo, endereços em São Caetano do Sul e na capital paulista também foram vistoriados. Ao todo, oito suspeitos foram levados à delegacia para prestar esclarecimentos. Garrafas, bebidas, aparelhos celulares e outros itens foram apreendidos e encaminhados à perícia. A Polícia Civil segue investigando a origem dos produtos e o envolvimento dos suspeitos.
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Protocolo inédito para detectar metanol
A Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo criou um protocolo para identificar metanol em bebidas alcoólicas. Segundo o governo estadual, a iniciativa é inédita no Brasil e já está sendo repassada a outros estados.
“O Estado de São Paulo, por meio da superintendência da polícia técnico-científica, composta por profissionais capacitados, criou um protocolo para descobrir se as bebidas apreendidas contêm metanol. Esse protocolo já foi disponibilizado para outros estados, que também identificaram contaminações, e vai ajudar a salvar vidas”, afirmou o Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.
A perita Karin Kawakami, chefe da Equipe de Perícias Criminalísticas e Assistente Técnica da Superintendência, detalhou o funcionamento do protocolo:
“Primeiro, fazemos a documentação sobre como a amostragem deve ser feita, seguindo protocolos internacionais. Não é necessário analisar todo o lote para ter 99% de confiabilidade; de mil garrafas, por exemplo, apenas 43 são suficientes. Isso melhora a logística da Polícia Civil e a análise laboratorial. Em seguida, todas as garrafas passam pelo núcleo de documentoscopia, que verifica lacres, selos, embalagens e rótulos, com resultado no mesmo dia. Depois, no núcleo de química, utilizamos o Raman, equipamento portátil que identifica metanol e outros componentes sem abrir a garrafa.”