Ouvindo...

WePink, empresa de Virginia Fonseca, é acionada pelo MP e pode pagar R$ 5 milhões de indenização

Clientes relatam produtos não entregues, atrasos de meses e dificuldades para reembolso; além da indenização MP quer suspensão de novas vendas até regularização das entregas

WePink, empresa de Virginia Fonseca, é acionada pelo MP e pode pagar R$ 5 milhões de indenização

O Ministério Público de Goiás (MPGO) acionou a Justiça contra a empresa da influenciadora Virginia Fonseca, a WePink – Savi Cosméticos Ltda, e seus sócios, Thiago Stabile e Chaopeng Tan. A ação foi protocolada em Goiânia na última quarta-feira (8) e solicita decisão urgente.

O MP pede que a empresa pague R$ 5 milhões de indenização por práticas abusivas contra consumidores. Além disso, cada cliente prejudicado poderá solicitar reparação por danos morais, comprovando apenas que comprou o produto e que houve atraso ou problema no atendimento.

Segundo o MP, a empresa, que vende cosméticos em lives nas redes sociais, acumulou mais de 90 mil reclamações no site ‘Reclame Aqui’ em 2024 e recebeu 340 denúncias no Procon Goiás. O advogado da empresa, Felipe de Paula, afirmou que os sócios não foram citados e, portanto, ainda não tiveram acesso aos termos da ação.

O promotor Élvio Vicente da Silva destacou que os próprios sócios admitiram, em uma live, que venderam produtos sem ter estoque suficiente. Thiago Stabile afirmou:

“De fato, tivemos um problema de abastecimento, porque a gente cresceu muito rápido. Algumas vezes demora, porque as matérias-primas acabam, já que a gente vende muito.”

Para o MP, essas declarações mostram que a empresa continuou vendendo produtos mesmo sabendo que não conseguiria cumprir o prazo de 14 dias úteis, caracterizando propaganda enganosa e má-fé com o consumidor.

A investigação identificou as seguintes práticas abusivas:

  • Falta de entrega de produtos: milhares de clientes pagaram por produtos que nunca receberam;
  • Descumprimento de prazos: atrasos que ultrapassaram sete meses;
  • Dificuldade de reembolso: resistência sistemática em devolver valores pagos;
  • Atendimento deficiente: sistema automatizado que não resolve os problemas, gerando peregrinação dos consumidores;
  • Exclusão de críticas: remoção de comentários negativos nas redes sociais;
  • Produtos com defeito: entrega de cosméticos estragados ou diferentes do anunciado.

O Procon Goiás aplicou multa à WePink em 26 de agosto de 2025, após constatar descumprimento de direitos dos consumidores. Em um dos casos, uma cliente esperou sete meses por um produto que nunca chegou, sem receber o estorno do valor pago.

O MPGO solicita ainda medidas urgentes para obrigar a empresa a:

  • Suspender novas lives promocionais até regularizar entregas atrasadas;
  • Criar atendimento humano com resposta em até 24 horas;
  • Facilitar cancelamentos e reembolsos, com devolução em até 7 dias;
  • Entregar imediatamente todos os produtos já pagos;
  • Pagar multa de R$ 1 mil por dia em caso de descumprimento.
Leia também

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.