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Elevador da Glória: empresa que opera ascensor prestou serviços para os bondinhos do Rio

Companhia Carris de Ferro de Lisboa prestou serviços de assessoria técnica para reestruturação dos bondes de Santa Teresa, no Rio

Empresa que opera Elevador da Glória prestou assistência aos bondes de Santa Teresa

A Companhia Carris de Ferro de Lisboa, empresa responsável pelo Elevador da Glória, que descarrilou na quarta-feira (3) e matou 16 pessoas, já prestou serviços de assessoria técnica no projeto de reestruturação do sistema de bondes de Santa Teresa, no Rio de Janeiro.

O caso, revelado pelo jornal O Globo, ocorreu após um acidente no dia 27 de agosto de 2011. Na ocasião, uma composição sem freio saiu dos trilhos e bateu em um poste, matando seis pessoas e feriu 54.

Em 2012, o Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou que o projeto de reestruturação do sistema custaria R$ 110 mi, mas não especificou quanto foi pago à Carris pela assessoria técnica.

Em nota à Itatiaia, a Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana do Rio de Janeiro informou que a Carris atuou de forma “pontual” nos anos de 2011 e 2012, após o acidente.

“Na ocasião, o serviço de consultoria foi direcionado aos bondes de Santa Teresa, que apresentavam o mesmo conceito dos bondes de carreira de Lisboa, já modernizados. As melhorias tecnológicas aplicadas em Lisboa foram então adaptadas e implementadas nos bondes de Santa Teresa.”, dizia a nota.

“Após o acidente [de 2011], o sistema passou por uma profunda modernização, preservando a característica histórica dos bondes, mas incorporando significativos reforços técnicos e estruturais. Entre os avanços, destacam-se:
• Carroceria: mais resistente, com estrutura em aço e preservação dos elementos tradicionais em madeira.
• Sistema de freios: agora com quatro sistemas independentes (pneumático, elétrico, magnético e estacionamento).
• Tração: em corrente alternada, mais confiável e econômica.
• Sistemas auxiliares: conversor, iluminação em LED, estribos retráteis intertravados, circuito interno de TV, GPS e sonorização a bordo.
• Segurança: inclusão do sistema “homem-morto” (frenagem automática em caso de inatividade do motorneiro) e do areeiro pneumático (que aumenta a aderência das rodas em situações de frenagem ou arrancada, especialmente em trechos íngremes ou escorregadios).”, afirmou o comunicado.

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Descarrilamento

Ao menos 16 pessoas morreram e 21 ficaram feridas após o Elevador da Glória descarrilar no centro de Lisboa, em Portugal, nesta quarta-feira (3).

O acidente ocorreu às 18h05 do horário local.

Após se soltar, o elevador, que vinha do miradouro de São Pedro de Alcântara e desceu desgovernado, batendo contra um prédio.

Vale lembrar que, antes do acidente ocorrer, funcionários da Carris, responsável por gerir o transporte, apresentaram várias queixas quanto à necessidade de manutenção dos elevadores de Lisboa.

As vítimas fatais tinham ao menos 10 nacionalidades: Espanha, Alemanha, França, Itália, Suíça, Canadá, Coreia do Sul, Marrocos e Cabo Verde. Cinco funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa também estão entre os mortos. Um brasileiro ficou ferido.

Em nota, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou “profundamente” o acidente “em particular as vítimas mortais e os feridos graves, bem como os vários feridos levemente”.

Já o prefeito de Lisboa, Carlos Moedas, afirmou que essa foi uma “tragédia que nunca havia ocorrido” na cidade.

Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.