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Caso Vitória: primeira audiência começa nesta segunda (18), sem a presença do réu

Mais de 20 testemunhas serão ouvidas; Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, foi assassinada e seu corpo encontrado em Cajamar, na Grande São Paulo

Vitória Regina de Sousa e Maicol Sales dos Santos

Começou nesta segunda-feira (18) a primeira audiência do caso do assassinato de Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, no Fórum Criminal de Cajamar, na Grande São Paulo. Serão 21 testemunhas ouvidas, sendo 11 de acusação e 10 de defesa.

A sessão, que começou às 9h40, acontece sem a presença do réu Maicol Sales dos Santos, acusado de feminicídio, sequestro qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. Ele está preso preventivamente desde o último dia 9 de março e acompanha de forma virtual.

O objetivo da audiência é definir se Maicol será julgado por júri popular ou não. Os advogados de defesa e promotores de Justiça farão perguntas às testemunhas perante o juiz para embasar a decisão do magistrado. Assim que encerrada a fase de depoimentos, será aberto o prazo para as alegações finais escritas das partes.

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Maicol foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo no último dia 29 de abril. O crime ocorreu no dia 5 de março, após Vitória ficar nove dias desaparecida e ser encontrada em uma área de mata.

A defesa do réu, representada pelos advogados Vitor Aurélio e Athur Perin Novaes, afirmou à CNN que espera que todas as irregularidades do processo sejam sanadas. Leia abaixo a nota na íntegra:

“A expectativa da Defesa é que todas as irregularidades do processo sejam sanadas. Houve um interrogatório na calada da noite, sem que os defensores fossem notificados do ato. Na oportunidade, uma advogada, nomeada pelo Delegado, esteve presente para acompanhar o evento. Contudo, referida pessoa representa a prefeitura em inúmeros processos e foi candidata ao cargo de vereadora, algo que gera dúvidas sobre sua participação, principalmente pelos seus interesses escusos e por nunca ter pisado em uma Delegacia. Vale lembrar que o interrogatório contou com a presença do secretário de segurança pública, algo absolutamente inadmissível. Ademais, não há nenhum laudo pericial a respeito dos aparelhos apreendidos, o que causa espanto e pode macular boa parte do processo, sobretudo quando considerado que arquivos foram inseridos, conforme indicado pelo assistente técnico, após a apreensão do dispositivo de Maicol, fato que revela total inobservância à cadeia de custódia”.

Relembre o caso

Vitória Regina de Sousa desapareceu em 26 de fevereiro. Seu corpo foi encontrado em 5 de março em uma área de mata em Cajamar, Grande São Paulo. O corpo estava em estado avançado de decomposição, sem roupas, e apresentava sinais de violência.

O exame de necropsia revelou que a causa da morte foi hemorragia traumática, resultado de golpes de faca. Um laudo apontou três facadas.A polícia descreve o autor do crime como uma pessoa obcecada por Vitória.

Fotos de Vitória e outras jovens foram encontradas no celular do suspeito. A perícia identificou em mensagens e no depoimento em que confessa o crime, que ele demonstrou preocupação com relatos de seu carro ter sido visto perto do local do crime.

A polícia científica identificou sangue, que pode ser compatível com o DNA de Vitória, no carro e casa do suspeito. Testemunhas corroboraram as suspeitas após relatarem movimentação fora do comum, na casa de Maicol, na noite do desaparecimento da vítima.

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Yuri Cavalieri é jornalista e pós-graduando em política e relações internacionais. Tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. É correspondente da Itatiaia em São Paulo. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, na capital paulista, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band.