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Justiça de SP mantém decisão que obriga faculdade atualizar dados cadastrais de estudante trans

A decisão ainda determinou que a instituição terá que pagar R$ 5 mil de indenização por danos morais

O uso do nome civil retificado é garantido no Brasil desde 2018

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) manteve a decisão que determina que uma faculdade da capital paulista atualize as informações cadastrais de um estudante trans nos sistemas da instituição.

A ordem da 21ª Vara Cível Central, proferida pela juíza Juliana Pitelli da Guia, estabelece ainda que a aluno seja indenizado em R$ 5 mil por danos morais.

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Entenda o caso:

Segundo o TJSP, o aluno, que fez a transição de gênero, alterou a documentação oficial e entrou com um pedido na instituição solicitando a mudança do seu nome civil, o que acabou não acontecendo.

Na decisão, o relator do recurso, desembargador Marcos Gozzo, apontou que a utilização do nome errado do estudante é “incontroversa” e que o valor da reparação deve ser mantido.

“A indenização deve abarcar não só a efetiva reparação pelos transtornos, mas também favorecer o desestímulo ao desrespeito a legislação e da própria parte, cumprindo assim sua finalidade axiológica, com a necessidade de imposição de uma sanção ao ofensor para evitar a reincidência”
— desembargador Marcos Gozzo.

O uso do nome civil retificado é garantido desde 2018, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, por unanimidade, que pessoas transexuais ou travestis podem alterar o nome e o gênero no registro civil sem se submeterem a cirurgia ou autorização judicial.

No caso de instituições de educação, uma resolução do Ministério da Educação (MEC) define que maiores de 18 anos podem solicitar o uso do nome social durante a matrícula ou em qualquer outro momento. Menores de idade precisam de autorização dos responsáveis.

A Itatiaia procurou a Faculdades Metropolitanas Unidas Associação Educacional (FMU), citada no processo, mas, até o momento, não tivemos retorno.


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Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.