O Superior Tribunal de Justiça negou o novo pedido de habeas corpus da artista plástica Kawara Welch, acusada de stalkear e importunar a família de um médico de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro. O ministro Sebastião Reis Junior entendeu que parte das justificativas informadas pela defesa da jovem de 23 anos já haviam sido desconsideradas no recurso anterior e que as outras eram inválidas.
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No pedido, a defesa de Kawara alegou vários pontos para justificar revogação da prisão preventiva, segundo eles:
- Antes da prisão, não foi comprovado os crimes cometidos por Kawara, nem que ela teria descumprido as medidas cautelares não prisionais. Por isso, a detenção seria uma medida desproporcional;
- Kawara não foi ouvida na persecução;
- A réu foi diagnosticada com várias doenças e a prisão não permite que ela receba o tratamento médico adequado.
O Superior Tribunal de Justiça entendeu que parte das justificativas já haviam sido analisadas pelo tribunal de origem do caso e, por isso afirmou que não cabia à entidade considerar as reiterações dos pedidos. Em relação à alegação de que Kawara não foi ouvida de persecução, a entidade justificou ela será ouvida durante a audiência de instrução.
Sobre o quadro de saúde, a justificativa do órgão é de que não há comprovação que Kawara esteja extremamente debilitada e que ela não pode receber tratamento médico na unidade prisional.
Relembre o caso
Kawara Welch está em prisão preventiva desde o dia 8 de maio deste ano acusada de pelo crime de stalking contra um médico de Ituitaba, no Triângulo Mineiro. Conforme a vítima, os dois se conheceram quando ela foi à clínica dele para tratar o quadro de depressão, em 2018. Depois disso, ela desenvolveu uma obsessão por ele e o perseguiu até 2023.
Em entrevista ao Fantástico ele detalhou a situação: “Ela chegou a me passar 1.300 mensagens em um dia. E mais de 500 ligações num único dia. Eu troquei de número de celular umas três ou quatro vezes, mas parei de trocar porque vi que era totalmente inútil. Ela tinha uma facilidade incrível em achar meu número novo”.
Além do assédio cometido contra ele, segundo o médico, Kawara começou a fazer ligações insistentes para esposa dele e para o filho. Em 2022, ela teria perseguido o médico nas ruas e também invadido o consultório onde ele atuava - nesse dia, ela trocou agressões com a esposa dele.
Antes da prisão preventiva, a artista plástica já havia sido presa em flagrante, mas saiu após pagar uma fiança de R$ 3,5 mil. Em 2023, a justiça já havia determinado a prisão preventiva de Kawara, mas ela ficou um ano foragida até ser presa neste ano.