Durante a pandemia, as pessoas que procuravam se exercitar tiveram que buscar alternativas para substituir a ida em academias, uma delas foi a calistenia. Nela, há a prática de exercícios físicos é feita apenas com o peso do próprio corpo.
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A calistenia, desde então, ganhou muitos praticantes, e, mesmo com o fim da pandemia, os adeptos não param de surgir. Atualmente, é a terceira modalidade esportiva com mais interesse no mundo, segundo uma revista acadêmica do The American College Sport of Medicine.
Para o professor da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP, Carlos Roberto Bueno Júnior, a prática promove diversos benefícios para a saúde. “A calistenia desenvolve, em certa medida, o aumento da força, da massa muscular, também melhora a capacidade cardiorrespiratória e pode reduzir a gordura corporal e a pressão arterial.” Além disso, Bueno também afirma que a calistenia ajuda em questões de saúde mental: “A modalidade promove benefícios psicológicos como melhora da autoestima e da autoimagem, além da socialização, quando feita em grupo”. O professor ressalta que o impacto da prática na saúde depende do volume e da intensidade do treino.
No contexto brasileiro no qual, segundo o IBGE, aproximadamente 40% da população é sedentária, a calistenia se apresenta como uma forma acessível e barata de praticar atividades físicas, pois não necessita da infraestrutura de uma academia e pode ser praticada ao ar livre, sem a necessidade de pagar por uma mensalidade.
Porém, o professor alerta que, caso seja realizada de maneira inadequada, existem riscos de saúde relacionados à prática. “Se praticada de forma não adequada há riscos de lesões ósseas, musculares e articulares. Além disso, de forma geral, acelera o trabalho cardíaco, e caso o praticante tenha predisposição a problemas cardiovasculares é preciso o acompanhamento com um profissional de educação física.” Portanto, o professor ressalta que é recomendado o acompanhamento profissional ou, ao menos, buscar instruções de um profissional antes de praticar a calistenia.
Bueno ainda destaca a importância de investimentos, na prática da atividade física, seja pelos governos ou empresas privadas, pois uma vez que a população prática atividade física constantemente se torna mais saudável e há menos gastos com saúde pública. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) e fornecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no site do Conselho Federal de Educação Física (Confef) afirmam que para cada US$ 1 investido no esporte, são economizados cerca de US$ 3 nas ações de saúde. Logo, o investimento em práticas de atividades físicas, como a calistenia, podem trazer benefícios à saúde pública, além de trazer pontos positivos na questão financeira, segundo o professor Carlos Bueno.
Quais os benefícios?
A principal vantagem da modalidade é a possibilidade de ser feita em qualquer lugar. Além disso, os exercícios trabalham vários grupos musculares simultaneamente, estimulam o equilíbrio e uma maior consciência corporal. O treino também proporciona um gasto calórico alto, o que favorece a redução de gordura, o emagrecimento e definição muscular.
Segundo Luis Mochizuki, doutor em física, a prática precisa ser contínua para que os benefícios começem a aparecer. “Para obter os benefícios tanto para a saúde quanto para o condicionamento físico, você precisa praticar a calistenia de três a quatro vezes por semana”, afirmou ao UOL.
Porém, há um limite no ganho de massa muscular. Como os exercícios usam apenas o peso do próprio corpo, a calistenia limita o crescimento do músculo até certo ponto. Então, se o objetivo for o ganho de muita massa, pesos externos são necessários.
*Com informações do Jornal da USP