Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, afirmou durante audiência nesta quarta-feira (26) que não confessou ter matado o
Embora tenha falado sobre sua trajetória pessoal, o empresário não respondeu às perguntas e sustentou que jamais admitiu a autoria do disparo. Segundo a assessoria do Fórum Lafayette, ele alegou que policiais teriam dito que poderiam prejudicar sua esposa, a investigadora
Durante o interrogatório, o réu disse ter vivido isolado por muitos anos por causa de uma doença do irmão e confirmou possuir formação universitária, apresentando diplomas anexados ao processo. Ele declarou ainda que foi “julgado pela imprensa” ao ser comparado a um “empresário da Shopee”.
Ainda de acordo com o Fórum Lafayette, Renê também afirmou que, no dia do crime, andava armado porque estaria sofrendo ameaças de um ex-sócio supostamente ligado ao jogo do bicho. O empresário disse que ficou aproximadamente 30 minutos parado no trânsito antes de deixar o bairro onde mora e declarou que “teve oportunidade de atirar em outras pessoas, mas não o fez”, reforçando que jamais atiraria em alguém apenas por estar parado no congestionamento.
Ao final da audiência, a defesa pediu prazo para apresentar um requerimento sobre o recolhimento de dados do celular do réu. A juíza Ana Carolina Rauen concedeu dois dias, a partir de 1º de dezembro, para a juntada de diligências complementares e novos pedidos.
Renê responde por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, porte ilegal de arma de fogo e fraude processual. Se for condenado, a pena pode ultrapassar 30 anos de prisão.
Ao todo, quatro testemunhas foram ouvidas. Uma quinta foi dispensada, e a sexta um perito da Polícia Civil enviará as respostas por escrito.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil sobre acusações de Renê e aguarda um retorno.
Ele está preso desde o dia 11 de agosto, data do crime que ocorreu no
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Como foi a audiência nessa terça (25)
O primeiro dia da audiência de instrução foi realizado nessa terça-feira (25), com a presença de oito testemunhas.
Além dos quatro colegas que presenciaram o momento do crime, policiais civis e militares também foram ouvidos. A motorista do caminhão de lixo, Eledias Aparecida Rodrigues, 44 anos, uma das principais testemunhas do caso envolvendo o gari, foi uma das pessoas ouvidas.
Durante o procedimento, Eledias afirmou sentir que foi vítima do poder econômico do réu, Renê, que, segundo ela, usou dessa posição para constrangê-la e aos colegas. A audiência teve início às 9h e também contou com a presença de Thiago Rodrigues, outro colega de Laudemir e testemunha, que afirmou que sua rotina de trabalho foi alterada.
Ele e seus companheiros optaram por mudar a rota anterior devido ao impacto de terem segurado o colega morrendo nos braços.
Além do trauma, Thiago lamentou o desrespeito contínuo de algumas pessoas na rua, que fazem brincadeiras e xingamentos. Ele relatou ter ouvido motoristas fazerem piadas com a tragédia: “Cuidado, hein? Cuidado com o tal do Renê aí, hein”.