A mãe e o padrasto da psicóloga Júlia Cathermol Andrade Pimenta, 29 anos, participaram da negociação para que ela se entregasse à polícia, na noite dessa terça-feira (4), no Rio de Janeiro. Júlia é a principal suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Ormond, de 45, com um brigadeirão envenenado. Ele era namorado dela e planeja oficializar a união.
Júlia
“Foi por isso que trouxemos a mãe e o padrasto dela (para a delegacia). Imaginamos que iria ajudar na negociação para ela se entregar”, disse André Buss.
Júlia deve responder pelo crime de homicídio doloso, com eventuais agravantes.A psicóloga e Luiz Marcelo moravam juntos em um apartamento na Zona Norte do Rio de Janeiro desde abril de 2023, após se relacionarem entre 2013 e 2017.
O corpo do empresário foi achado no sofá do apartamento em avançado estado de decomposição, no dia 20 de maio, após vizinhos sentirem cheiro ruim e acionarem o Corpo de Bombeiros. O delegado Marcos Buss, que investiga o caso, disse que a suspeita permaneceu por dias no imóvel, mesmo com o companheiro já morto.
Luiz Marcelo foi visto pela última vez em 17 de maio, no elevador do prédio onde morava. Nos dias seguintes, apenas Júlia foi vista no prédio. A psicóloga usou o carro de Luiz, malhou na academia do condomínio e deixou o prédio somente depois de receber um cartão de conta conjunta aberta com Luiz Marcelo.
Entenda o crime
Luiz foi dado como desaparecido no dia 17 de maio.
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A primeira imagem é do dia 17 de maio, dia da morte do empresário. Às 17h04, o casal aparece no elevador do prédio com duas cervejas e um prato em mãos. Os dois descem até a portaria e voltam 40 minutos depois. Às 17h46, o casal aparece novamente no elevador já sem as cervejas, mas ainda com o prato. Para a polícia, existe a possibilidade do prato conter o brigadeiro envenenado. Neste mesmo dia, Luiz Marcelo come o brigadeirão e morre.
O laudo da necrópsia não determinou a causa da morte. No entanto, os peritos identificaram uma pequena quantidade de líquido achocolatado no sistema digestivo. De acordo com o laudo, Luiz morreu três ou seis dias antes do corpo ser localizado. Com isso,
No dia 19, as câmeras do prédio filmaram Júlia dentro do elevador, vestida com uma roupa de academia. Às 10h53, ela volta para o apartamento sozinha e parece mandar um áudio ainda dentro do elevador. No dia seguinte, em 20 de maio, Júlia aparece deixando o prédio com uma mala.
Na fuga, a suspeita teria levado os pertences do empresário e o carro dele. Nesse tempo, ainda segundo a polícia, ela chegou a enviar mensagens pelo celular do empresário se passando por ele. No mesmo dia, após Júlia fugir,
Pertences do empresário foram vendidos
Durante as investigações, a polícia descobriu que o veículo da vítima foi levado para Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido por uma quantia de R$ 75 mil. O homem que comprou o carro chegou a apresentar um documento escrito à mão, que ele disse ter sido assinado pelo empresário, transferindo o bem.
Com o mesmo homem que comprou o veículo foram encontrados o telefone celular e o computador do empresário. Ele foi preso em flagrante por receptação. A partir daí, os policiais chegaram à cigana Suyane Breschak que confessou ter ajudado a dar fim aos pertences de Luiz.
Contra Suyane, foi cumprido um mandado de prisão temporária por homicídio qualificado nessa quarta-feira (29). A Polícia Civil segue com as buscas pela namorada da vítima, principal suspeita de cometer o crime.
Suyany Breschak se apresentava como Cigana Esmeralda na internet e fazia sucesso nas redes sociais, em uma delas a mulher tinha quase 700 mil seguidores. Na descrição do seu perfil, ela dizia ser “cigana legítima de berço”.