Minas Gerais foi palco de importantes momentos na história do país. O potencial de mineração de metais preciosos não passou em branco para os colonos portugueses – que buscavam resultados tal qual o dos espanhóis nas suas colônias estabelecidas no mesmo continente.
Um pouco da história do estado está nas igrejas e monumentos de cada local. Porém, a cidade em si também representa um marco no processo de criação e crescimento de Minas.
Conheça os principais eventos históricos que marcaram a história e quais
Migração para Minas Gerais e o interior
De forma geral, pode-se atribuir o crescimento das cidades do interior à crise açucareira e a expansão da atividade mineradora em Minas. Esses contextos motivaram um grande fluxo migratório para o Sudeste – em especial, para o interior, justamente para aproveitar a febre do ouro.
Como consequência da descoberta do ouro, as primeiras cidades do interior do Brasil – como Ouro Preto, Sabará, Cuiabá e cidade de Goiás – foram criadas.
Bandeirantes
Entre os séculos XVI e XVIII, as expedições dos bandeirantes pelo interior brasileiro foram responsáveis por impulsionar a descoberta de ouro e, com isso, definir o destino do estado.
Foram as explorações dos bandeirantes, na busca por metais preciosos, que acabou dando início à exploração massiva de minério em Minas.
As primeiras minas de ouro em Minas Gerais foram descobertas na região de Vila Rica (hoje,
Com a notícia de que havia ouro, começou a corrida para estar mais perto dessa mina de riquezas. Com isso, tem início uma nova etapa da história mineira.
Ciclo do ouro
No início do século XVIII, a mineração era a atividade mais significativa para o Brasil. Com isso, Minas Gerais era a capitania mais rica do território.
O ciclo do ouro, que aconteceu entre os séculos XVII e XVIII, representa esse período de grande exploração mineral no país.
Embora o ciclo tenha durado apenas um século, possibilitou que a estrutura do país se desenvolvesse rapidamente.
O crescimento econômico e social dessas regiões contribuiu para o surgimento de cidades como Serro, Tiradentes e Diamantina.
Diamantina
Diamantina, antes de ser a cidade pitoresca que é, hoje, já foi um importante centro de mineração de diamantes (seu nome não foi dado por acaso).
O arraial foi se desenvolvendo pela atividade de bandeirantes que permaneceram no local mesmo depois da Guerra dos Emboabas.
A coroa portuguesa buscava ter hegemonia na mineração, e isso acabou culminando no desenvolvimento acelerado do arraial – que, depois, evoluiu para vila e, finalmente, uma cidade.
Mariana
A proximidade com o que se conhecia à época como Vila Rica fez com que
Sabará
As casas no estilo colonial e outros elementos da cidade (como os chafarizes) são relíquias de Sabará que vieram como resultado do ciclo do ouro.
Embora esteja em uma localização diferente de onde foi originalmente instalado, o chafariz do Rosário é um tesouro secular de Sabará, já que foi construído em 1752.
Tiradentes
O ciclo do ouro também passa por Tiradentes, já que o material foi encontrado nas serras do antigo arraial de Santo Antônio do Rio das Mortes.
Posteriormente, em 1889, a cidade foi batizada como “Cidade e Município de Tiradentes” em homenagem ao único inconfidente que teve a sentença de morte cumprida.
História forjada pelo ouro
A partir do ciclo do ouro, movimentos sociais significativos começaram a acontecer no território das minas.
Embora não seja possível listar cidades específicas nas quais esses acontecimentos ocorreram, não se pode falar da história de Minas Gerais sem incluir esses importantes eventos.
Guerra dos Emboabas
Continuando o ciclo do ouro, todas as vilas e arraiais ao redor das cidades com mais volume de extração de minério acabaram sendo afetadas. Posteriormente, essas mudanças afetaram o estado como um todo.
Entre 1708 e 1709, a disputa pelo ouro era imensa.
Os bandeirantes eram viajantes exploradores com uma missão. Munidos de armas e também pessoas escravizadas para acompanhar sua jornada, buscavam desbravar o interior dos territórios que hoje conhecemos como Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso.
As primeiras minas de ouro foram encontradas em Minas no final do século XVII; nos outros estados, no final do século XVIII. Por isso, começou o grande fluxo de pessoas vindo para as cidades mineiras perto do ouro.
Disputa pelo ouro
Conforme a notícia de que o ouro corria por esses vales e montanhas se espalhou, exploradores de outros estados foram chegando e disputando espaço com os bandeirantes paulistas.
Os emboabas eram considerados estrangeiros, pessoas estranhas em relação aos “nativos”. No caso, os “nativos” eram os paulistas, que já tinham encontrado nas minas de ouro, mas não conseguiam reivindicar as suas posses.
Foi como uma consequência da Guerra dos Emboabas que a Capitania das Minas de Ouro foi criada, em 1720, separando-se da capitania de São Paulo.
Inconfidência Mineira
O movimento da
A principal cidade que foi palco da Inconfidência Mineira foi a então Vila Rica. A extração volumosa de ouro trouxe um problema: um imposto cobrado pela colônia portuguesa. Como consequência, as famílias ligadas à exploração de ouro, produção agrícola ou criação de animais sentiam essa taxa pesar no bolso.
Revolta e planejamento
Para aumentar o lucro da coroa portuguesa sobre o ouro explorado, altos impostos foram criados. O ouro saía do Brasil em direção à Portugal “quintado” – com 20% do valor do ouro extraído sendo direcionado para a coroa.
Os inconfidentes, então, elaboraram um plano para tomar o poder em Vila Rica e declarar a independência de Minas Gerais. O plano foi denunciado às autoridades portuguesas em 1889 e nunca chegou a acontecer.
Embora o movimento todo reunisse cerca de 34 pessoas que participavam da trama do golpe, 11 foram acusadas e condenadas à morte. Desses Inconfidentes, somente Joaquim José da Silva Xavier (conhecido como Tiradentes) foi executado.
Embora o interior de Minas Gerais tenha sido o grande palco de eventos que resultaram na construção e fortalecimento do nosso estado, a história da Inconfidência Mineira é contada também na capital: veja