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Chuvas no RS: o melhor do Brasil são os brasileiros

Como o desastre do Rio Grande do Sul mais uma vez comprova a importância da solidariedade humana

Voluntárias da Mila em frente a avião em ajuda ao Rio Grande do Sul

O mundo acompanha a tragédia ocasionada pelas enchentes no Rio Grande do Sul através das redes sociais, TV e outros meios de comunicação. A cada minuto, uma “enxurrada” de informações chegam, vídeos e mais vídeos gravados por pessoas que estão longe de suas casas salvando vidas como voluntários.

Quando fui convidada para escrever sobre responsabilidade social para o Portal Itatiaia, meu primeiro texto foi sobre a importância do trabalho das ONGs e voluntários na tragédia que aconteceu em fevereiro do ano passado no litoral paulista.

Infelizmente, mais uma vez, estou aqui escrevendo sobre uma tragédia ocasionada pelas chuvas, só que dessa vez, no Rio Grande do Sul. Felizmente, o que estamos vendo é novamente a atuação brilhante da sociedade civil, terceiro setor (ONGs) e segundo setor (privado) no auxílio ao resgate das vítimas das enchentes, doações, ação de voluntários e muito mais.

Esta semana, em uma live organizada pela ONG Rede Solidária, tive a oportunidade como entrevistadora de conversar com a jornalista, empresária e voluntária gaúcha, Renata Riff. Renata trouxe informações importantes sobre o quão grave é tudo o que está acontecendo no Sul do país, sob um olhar de quem está na linha de frente, cuidando das pessoas atingidas nos abrigos de Porto Alegre.

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A divulgação da live fez com que muitas pessoas me procurassem trazendo alternativas de ajuda incríveis e, durante a mesma, diversos pontos importantes foram esclarecidos pela Renata e um que chamou a atenção foi o alerta feito pela Vanessa do Mila, fundadora do Instituto Mila (Movimento Infância Livre de Abuso) que parecia já anunciar a pior das tragédias que seria noticiada um dia depois da live: a tragédia humana da depravação (crianças sendo estupradas nos abrigos).

Nesse momento eu não quero nem entrar neste assunto. Vou deixar para outro texto, que falará do dia 28 de maio, data que marca a Luta Contra o Abuso Infantil.

Mas preciso parabenizar mais uma vez o Movimento Mila e a ONG Rede Solidária que acabam de enviar, através do apoio de empresários e da Igreja Boas Novas, em jato particular, lotado de doações, duas voluntárias (Thais Aquiles e Sthepanie Dorie) especializadas em atendimento infantil para cuidar das crianças abusadas e fazer ações de prevenção para que outros abusos não acontecem.

Apesar de tanta tristeza, dor e desespero, mais uma vez, essa colunista quer trazer esperança e mostrar alguns pontos importantes trazidos pela Renata Kiff e os participantes durante a live. Aproveito também para citar algumas campanhas que estão acontecendo por meio de diversas ONGs e voluntários que entraram em contato comigo e minhas pesquisas.

Cartaz de divulgação da Live SOS #AjudaRS

Doem água

Quando perguntamos para a Renata quais eram os itens de maior necessidade no momento, ela foi enfática ao pedir que as pessoas doem água mineral. Sim! Não existe água para toda a população e muitos estão consumindo refrigerantes. Por isso, não deixe de doar água.

Servas

Entrei em contato com nossa primeira dama Christiana Renault, presidente do Servas e ela nos deixou a seguinte mensagem:

“O Servas, que já lida com a resposta humanitária às chuvas em Minas Gerais todo ano, está recebendo doações no esforço de socorro ao Rio Grande do Sul. Toda ajuda importa: os grandes doam grande, os pequenos doam pequeno, mas o que importa é participar.

O Servas te convida a abraçar os gaúchos, tão machucados pela tragédia. Ajude-nos a confortar, aquecer, alimentar. Ajude o Servas a servir.”

Algumas sugestões de doações:

Cruz Vermelha MG

Logo que divulguei a live, recebi uma mensagem do CEO da Cruz Vermelha MG, Bernardo Eliazar, me pedindo que divulgasse uma iniciativa desenvolvida pela Cruz Vermelha de alto impacto, o Cartão Humanitário. Achei a ideia do cartão sensacional e compartilho abaixo com vocês o texto que me foi encaminhado:

“A Cruz Vermelha Brasileira MG (CVB-MG) se une à Cruz Vermelha Brasileira Afiliada Rio Grande do Sul e inicia uma campanha de ajuda humanitária através dos cartões humanitários.

Os cartões são uma modalidade inovadora e têm se mostrado a forma mais eficiente e rápida de levar ajuda a quem precisa. Com valor fixo e único, eles fornecem autonomia e dignidade para que o beneficiário escolha exatamente o que deseja e precisa comprar, dentre as opções de alimentos, água, itens de higiene pessoal e limpeza. Com a economia em custos logísticos como transporte, armazenagem e mão de obra, os cartões ainda fomentam a economia local, diretamente afetada em casos de emergência e catástrofes, como é o caso do Sul do país neste momento.

Junte-se a nós, qualquer quantia faz a diferença neste momento e nada mais mineiro do que ajudar.”

Escolas

Fico muito feliz ao saber que muitas escolas de Belo Horizonte criaram pontos de doação, alguns exemplos são o Colégio São Thomaz de Aquino e o Colégio Batista Mineiro, porque além de ajudar a população afetada pelo desastre, iniciativas escolares ajudam a criar a cultura de amor, respeito, empatia e solidariedade nos alunos.

Iniciativa privada

Mais uma vez o empresariado demonstra sua grandeza em uma tragédia, eu poderia fazer uma matéria enorme trazendo milhares de exemplos de empresas e pessoas que estão ajudando o Sul com dinheiro “do próprio bolso”. Mas quero chamar a atenção para algumas iniciativas como a do Banco Inter e Instituto MRV que estão dobrando as doações a cada 1 real doado.

A Salum Construções que doou mais 12.500 litros de água mineral, a transportadora Henkes que vai levar as doações do Instituto Galo gratuitamente até Porto Alegre e muito mais.

Startups

Em minha pesquisa descobri uma startup chamada Meu lar de volta. Essa startup foi criada há apenas 3 dias e já tem mais de 39 mil seguidores. É uma plataforma que conecta voluntários a possíveis domicílios riograndenses por geolocalização que necessitam de limpeza e tudo mais relacionado a reestruturação local.

Mais uma vez, o brasileiro demonstra a sua força, solidariedade, empatia. Novamente, um desastre natural desafia o que temos de melhor e pior em nós.

Momentos assim servem, acima de tudo, como forma de reflexão moral, de vida e humana. Existem, sim, os aproveitadores, aqueles que se utilizam da dor para fazer palanque, se autopromoverem, golpistas - cuidado, pesquisem antes de doar - e até abusadores de menores e incapazes, mas o tempo separa o “joio do trigo” e com orgulho, afirmo, ao assistir cada resgate, orgulhosa: o melhor do Brasil é o brasileiro!


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Bruna Braga é jornalista, consultora em RSC e fundadora da Terceirolhar