A apresentadora Angélica compartilhou sua revolta com a situação de meninas e mulheres nos abrigos das vítimas de enchentes no Rio Grande do Sul. Ela destacou que é “inaceitável ter que lidar com esse tipo de violência no maio dessa catástrofe”. A atriz fez um apelo por soluções vindas do poder público e governamental.
“Continuamos na ajuda, luta, apoio aos nossos amigos do Sul. Graças a Deus nós já conseguimos notar algum tipo de avanço, mas ainda tem muita coisa para ser feita. Vocês sabem que a CUFA, Central Única das Favelas, tem sido uma voz ativa nessa causa. Mas mesmo diante de todos os esforços, conquistas, nós ainda nos deparamos com uma situação angstiante: o abuso enfrentado por meninas e mulheres nos abrigos”, iniciou Angélica.
Ela continuou: "É inaceitável ter que lidar com esse tipo de violência no meio dessa catástrofe que eles estão vivendo. Mulheres e meninas que já estão em situação de vulnerabilidade acabam sendo vítimas de abuso dentro do espaço que deveria ser seguro e protegido. É um absurdo que além de todas as outras preocupações e desafios que essa população está enfrentando diariamente, ter ainda que se preocupar com a segurança e a integridade das nossas meninas e mulheres.”
Angélica reforçou o pedido de ajuda. "É urgente tomar medidas concretas para combater essa realidade devastadora. Juntas nós somos mais fortes, vamos conseguir combater qualquer tipo de violência. Mas vamos juntos ser a voz dessas crianças, mulheres, animais, população. Absolutamente todos importam”, afirmou.
“Agora, mais do que nunca, nós precisamos do poder público e governamental para poder avançar ainda mais em todo processo de melhoria porque nós estamos num novo recomeço para essa população. Juntos na missão”, concluiu.
Ministério das Mulheres ouve denúncias de abusos
A ministra Cida Gonçalves, do Ministério das Mulheres, em reunião com representantes do Conselho Estadual de Mulheres do Rio Grande do Sul,
Detalhes sobre a localização e a quantidade de casos não foram divulgados. Diante disso, a pasta se comprometeu a disponibilizar uma equipe para atuar em conjunto com as autoridades locais e apurar os relatos.
A ministra da Mulher anunciou a organização de uma viagem do ministério ao Rio Grande do Sul, bem como uma visita aos abrigos afetados.
Relatos e demandas específicos de mulheres e meninas:
- Abusos contra meninas e mulheres nos abrigos;
- Falta de locais para denúncias;
- Necessidade de abrigos e banheiros exclusivos para mulheres;
- Escassez de atendimento psicológico;
- Dificuldade enfrentada por mães de crianças com deficiência para permanecer nos abrigos;
- Carência de itens de higiene, absorventes, toalhas, roupas de cama, alimentos não perecíveis e colchões nas doações;
- Perda total da renda de mulheres da agricultura familiar;
- Mulheres que dependem exclusivamente do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e perderam suas casas;
- Solicitação de abordagem de gênero nos protocolos de resgate durante crises;
- Reivindicação de recursos com enfoque de gênero para o Estado;
- Necessidade de recursos para as entidades que trabalham diretamente com mulheres;
- Retomada urgente da Secretaria de Mulheres do Estado.
A ministra Cida Gonçalves anunciou a formação de uma equipe para atuar localmente, respondendo às demandas pessoalmente e trabalhando no desenvolvimento de um protocolo para estabelecer uma rede de apoio às mulheres, considerando a criação de abrigos específicos, caso viável.
“Agora, é crucial identificar formas de garantir a segurança das mulheres e meninas, protegendo seus direitos”, afirmou a ministra. Além disso, a pasta informou estar contribuindo para uma campanha de conscientização, incentivando doações de itens essenciais para mulheres e crianças.