A BYD Shark foi lançada no Brasil em outubro do ano passado, apostando na tecnologia híbrida para tomar vendas das picapes médias de fabricantes consolidados no país. Apesar da expectativa, o modelo ainda não deslanchou no mercado brasileiro: foram apenas 313 emplacamentos em 2024 e 921 unidades vendidas no acumulado de janeiro a outubro, segundo os dados da Fenabrave (associação dos concessionários).
Na contagem de outubro, a picape híbrida chinesa contabiliza apenas 67 emplacamentos, número bem distante das 5.204 Toyota Hilux comercializadas no último mês (mais de 41 mil unidades no decorrer de 2025).
Anúncio de BYD Shark 0km sendo vendida abaixo de R$ 300 mil
Nem os generosos descontos estão sendo suficientes para a BYD Shark vender mais. Uma rápida pesquisa nas plataformas de venda de veículos mostra a picape sendo oferecida com abatimentos de quase R$ 80 mil sobre o preço oficial de R$ 379.800.
Um anúncio na plataforma Mobiauto mostra uma BYD Shark branca zero quilômetro sendo vendida por uma loja de São Paulo-SP por R$ 298.999, um desconto de R$ 80.801. Outra unidade nova, na cor preta, é oferecida por R$ 300.999, também na capital paulista.
Por que a BYD Shark vende pouco?
Disponível apenas na versão GS sem opcionais, a BYD Shark ainda enfrenta resistência dentro de um dos segmentos mais tradicionais e conservadores do mercado, pois os clientes de picapes médias ainda são fiéis aos confiáveis motores turbodiesel, que combinam robustez e grande autonomia – características essenciais para quem precisa rodar em regiões onde o próximo posto de abastecimento pode estar a centenas de quilômetros de distância.
Anúncios da BYD Shark sendo vendida abaixo do preço oficial
Além do preço elevado, mesmo sendo híbrida, a Shark não é dos modelos mais econômicos. Segundo o Inmetro, as médias de consumo de gasolina da picape são de 9,5 km/l na cidade e 7,7 km/l na estrada, números facilmente superados por picapes a diesel.
Como é a BYD Shark
Pouco maior que uma picape média tradicional com chassi de longarinas, a Shark é construída com estrutura monobloco, como os carros de passeio. Ela mede 5,45 metros de comprimento, 1,97 m de largura, 1,92 m de altura e 3,26 m de distância entre-eixos.
No entanto, a BYD Shark esbanja tecnologia e desempenho. O motor 1.5 turbo a gasolina de 183 cv e 26,5 kgfm de torque funciona em conjunto a dois propulsores elétricos para entregar 437 cv de potência e 65 kgfm de torque combinados. Com esse conjunto motriz, a picape de 2.700 kg acelera de 0 a 100 km/h em apenas 5,7 segundos e atinge a velocidade máxima de 160 km/h (limitada eletronicamente).
A bateria de 29,6 kWh do sistema híbrido confere autonomia elétrica de 57 quilômetros pelos dados do Inmetro.
O sistema de tração nas quatro rodas é de responsabilidade dos motores elétricos (um dianteiro e outro traseiro), que entregam a potência conforme o modo de condução (Areia, Neve e Lama) escolhido pelo motorista.
Mesmo com essa potência toda, a Shark tem capacidade de carga de 790 kg, mais de 200 kg de diferença em relação à uma picape média a diesel, que pode levar até uma tonelada.
Espaçosa e potente, a BYD Shark também é generosa em equipamentos de série, disponibilizando ar-condicionado de duas zonas, painel digital, central multimídia com tela giratória, bancos revestidos de material que imita couro, chave presencial e tomadas de energia que permite alimentar equipamentos eletrônicos. Os itens de segurança incluem seis airbags, câmeras com visão em 540°, controle de cruzeiro adaptativo (ACC), frenagem autônoma, assistência de manutenção em faixa, sensor de ponto cego, farol alto com acendimento automático, alerta de abertura de portas e reconhecimento de placas de trânsito.