Como acionar o seguro do carro em caso de queda de árvore ou granizo

Guia completo sobre cobertura compreensiva, registro de sinistro e pagamento da franquia

Imagem meramente ilustrativa

Temporais com ventos fortes, chuva de granizo e quedas de árvores têm se tornado cada vez mais frequentes e representam um risco real para veículos estacionados ou em circulação. Quando esses eventos causam danos à lataria, aos vidros ou à estrutura do carro, muitos motoristas ficam em dúvida sobre como acionar o seguro e quais coberturas garantem a indenização.

A seguir, confira um guia prático e objetivo sobre como funciona o seguro automotivo em casos de danos causados por fenômenos naturais, desde a cobertura necessária até o pagamento da franquia.

Que tipo de seguro cobre danos da natureza?

Para que o carro esteja protegido em situações como queda de árvore, galhos, granizo, alagamento ou enchente, é necessário que a apólice inclua a cobertura compreensiva, também conhecida como seguro total. Essa é a modalidade mais completa do seguro auto e a mais contratada no mercado.

Em geral, a cobertura compreensiva inclui proteção contra:

  • colisão, capotagem ou abalroamento acidental;
  • queda de objetos sobre o veículo, como árvores, galhos ou postes;
  • danos causados por granizo;
  • alagamentos, enchentes e inundações;
  • incêndio ou explosão;
  • roubo ou furto total ou parcial.

É importante verificar atentamente as cláusulas da apólice, especialmente o item “Danos da Natureza”, para confirmar se não há exclusões específicas. Seguros restritos apenas a roubo e furto ou à responsabilidade civil contra terceiros (RCF-V) não cobrem esse tipo de prejuízo.

Passo a passo para acionar o seguro

Se o veículo foi atingido por uma árvore ou por granizo, alguns cuidados ajudam a agilizar o processo de indenização:

1. Garanta a segurança e registre os danos
Antes de qualquer coisa, verifique se o local é seguro. Se uma árvore caiu sobre o carro, não tente removê-la por conta própria. Faça fotos e vídeos do veículo de vários ângulos, mostrando os danos, a árvore ou as marcas do granizo, além do contexto do local. Esses registros são fundamentais para a análise da seguradora.

2. Comunique o sinistro à seguradora
Entre em contato com a seguradora o quanto antes pelos canais oficiais, como aplicativo, site, central telefônica (0800) ou por meio do corretor. Esse procedimento é chamado de aviso de sinistro. Tenha em mãos seus dados pessoais, o número da apólice e os documentos do veículo.

3. Registre um Boletim de Ocorrência (B.O.)
Embora nem sempre seja obrigatório em casos de danos naturais, o registro do B.O. é recomendado. O documento formaliza o ocorrido e pode facilitar a liberação do conserto. Em muitos estados, o registro pode ser feito online.

4. Agende a vistoria
A seguradora indicará uma oficina credenciada ou um local para a vistoria. Um perito irá avaliar a extensão dos danos e calcular o custo do reparo, determinando se o caso é de perda parcial ou total.

5. Aguarde a autorização e pague a franquia
Após a vistoria, a seguradora informará se os reparos foram autorizados. Em caso de perda parcial, o segurado deve pagar a franquia diretamente à oficina. A seguradora cobre o valor restante do conserto.

Franquia, perda total e situações de exclusão

Entender como funcionam os custos e as exceções do seguro evita surpresas.

  • Pagamento da franquia

A franquia é paga apenas quando o dano é considerado perda parcial, ou seja, quando o custo do reparo é inferior a 75% do valor do veículo pela Tabela FIPE.
Exemplo: se o conserto custa R$ 8 mil e a franquia é de R$ 2.500, o segurado paga esse valor, e a seguradora arca com o restante.

  • Perda total

Quando o custo do reparo ultrapassa 75% do valor do carro, a seguradora decreta perda total. Nesse caso, não há pagamento de franquia. O cliente recebe a indenização integral prevista na apólice, geralmente 100% da Tabela FIPE, e a seguradora fica com o veículo danificado.

  • Exclusões de cobertura

A indenização pode ser negada em situações de agravamento de risco, como atravessar deliberadamente uma área alagada ou estacionar em local com sinalização clara de risco iminente de queda de árvores.

Atenção à apólice evita prejuízos

Ter o carro danificado por um temporal é uma situação estressante, mas contar com um seguro adequado garante mais tranquilidade. A cobertura compreensiva, aliada ao registro correto do sinistro e à compreensão das regras da franquia, é essencial para a reparação dos danos.

Revisar periodicamente a apólice e esclarecer dúvidas com o corretor são medidas importantes para assegurar que o veículo esteja protegido diante de eventos climáticos cada vez mais frequentes.

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Estudante de jornalismo pela PUC Minas. Trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre Cidades, Brasil e Mundo.

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