A produção leiteira no Rio Grande do Sul enfrentou impactos significativos durante o outono de 2025 devido às condições climáticas adversas em março.
O estudo utilizou o Índice de Temperatura e Umidade (ITU) para avaliar o conforto térmico dos bovinos leiteiros e estimar as perdas na produtividade associadas ao estresse térmico, entre março e maio deste ano.
Segundo o levantamento, março foi marcado por uma intensa 
O ITU médio em março ficou em 71,6, valor que já indica estresse térmico leve, e ultrapassou o limite crítico (ITU > 84) em quase um quinto dos municípios analisados, mesmo que por poucas horas. Nas cidades de Uruguaiana e Maçambará, o estresse térmico severo se manteve por mais de 13% do tempo. No total, 76% dos 25 municípios monitorados apresentaram situações críticas de calor, neste mês.
Queda na produção
As estimativas do comunicado apontam que, em março, a produção diária de leite pode ter caído até 24% nas vacas de maior rendimento, especialmente nas regiões mais atingidas pela onda de calor. Em contrapartida, o município de Vacaria, na Serra do Nordeste, não apresentou perdas em maio, refletindo temperaturas mais amenas e condições de umidade favoráveis.
Já com a chegada de massas de ar frio em abril e maio o cenário melhorou, as temperaturas oscilaram entre 15°C e 25°C, e a umidade relativa variou entre 64% e 91%. Os bovinos permaneceram, em média, 89,5% do tempo em conforto térmico em abril e 92% em maio, segundo o ITU. “Essas condições climáticas foram mais compatíveis com o bem-estar dos animais, permitindo recuperação gradual da produtividade leiteira”, analisa Adriana.
A umidade relativa do ar teve os menores índices em março, com destaque para Santiago, que registrou mínima de 19%. Os valores máximos, por outro lado, mantiveram-se entre 95% e 100% na maioria das localidades ao longo da estação.
Estratégias contra o estresse térmico
Diante dos efeitos do clima, a Seapi recomenda a adoção de práticas de manejo que priorizem o bem-estar térmico dos rebanhos. Entre as principais orientações estão: 
- Implantação de sombreamento e ventilação nas instalações;
 - Oferta constante de água de qualidade;
 - Ajuste nutricional adequado ao período.