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Preço do café cai, mas acumula inflação de 70% em um ano

Consumidores dividem opiniões sobre queda no preço do café moído; alguns ainda acham valor alto

Mesmo com a queda de julho, o café acumula alta de 41,46% no ano e de 70,51% em 12 meses

O café moído está mais barato após um ano e seis meses sendo vendido no Brasil acima de R$ 30. Conforme o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado nesta semana pelo IBGE, o produto teve recuo de 1,01% em julho. Nos últimos 18 meses, a alta chegou a 99,46%, ou seja, dobrou de preço.

Mas será que as pessoas perceberam essa queda? A faxineira Joana Dar, de 52 anos, diz que ainda não: “Ainda tá puxadinho. Tem que abaixar mais, né?” A barman Juliana Vitória, de 21 anos, que trabalha em um restaurante Madero, notou a diferença."Sim, percebi porque lá em Recife é bem caro. Eu sou de Recife, aí vim para cá e percebi que tá bem em conta.”

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Já Maria da Conceição Eli, de 58 anos, afirma que não viu mudança. “Não percebi ainda, não. Pelo menos onde eu comprei, ainda tava R$ 30 o meio quilo. Tá bem puxadinho ainda.” A salgadeira Maria Solares dos Santos também não notou redução. “Ainda tá salgadinho.”

Expectativa

Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Celírio Inácio, a expectativa para os próximos meses é de estabilidade nos preços.

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“Agora, com a chegada da nova safra, especialmente com o volume de produção do Conilon, temos um cenário desde maio mais estável e os preços começaram a recuar, que é uma correção natural do mercado. Mas isso não significa uma tendência de queda. Sabemos que as variações dessa commodity dependem de outros fatores também importantes nessa equação. Dependemos do clima, da demanda e dos solavancos do mercado internacional e geopolítico.”

Mesmo com a queda de julho, o café acumula alta de 41,46% no ano e de 70,51% em 12 meses. A inflação anual do produto faz dele o segundo item com maior influência de alta no IPCA, ficando atrás apenas das carnes.

A redução de 1% no último mês é resultado da safra e não tem relação com o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

Jornalista graduada pelo Centro Universitário Newton Paiva em 2005. Atua como repórter de cidades na Rádio Itatiaia desde 2022