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Exportação de ovos do Brasil dispara: vendas em setembro aumentam quase 40%

Faturamento totalizou US$ 5,5 milhões no mês, crescimento de 94,2% na comparação anual; no acumulado do ano, até setembro, receita aumentou 200%

Japão foi o principal destino

As exportações de ovos braseiros (incluindo produtos in natura e processados) alcançaram 2.076 toneladas em setembro, um aumento expressivo de 39,7% em volume em relação ao mesmo mês de 2024 (1.485 toneladas).

A receita obtida com os embarques de setembro foi ainda maior, totalizando US$ 5,5 milhões. Este valor representa um crescimento de 94,2% na comparação anual, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Apesar do avanço, o número é menor que o exportado em agosto, quando totalizaram 2.129 toneladas.

Acumulado anual bate recordes históricos

O desempenho do mês consolidou a trajetória de crescimento ótimo do setor em 2025. No acumulado de janeiro a setembro, o Brasil exportou 34.348 toneladas de ovos, um volume 174,1% maior que o registrado nos nove primeiros meses de 2024 (12.542 toneladas).

Em termos de faturamento, o salto foi ainda maior: a receita acumulada no ano atingiu US$ 80,8 milhões, uma alta de 201,7% sobre o mesmo período do ano anterior (US$ 26,7 milhões).

Japão lidera e novos mercados compensam retirada dos EUA

Com o tarifaço de Trump, a forte recuperação do Brasil foi impulsionada pela diversificação e reconfiguração dos destinos. Em setembro, o Japão foi o principal destino, importando 692 toneladas, volume 497,1% superior ao de setembro de 2024.

Na lista dos maiores compradores do mês, destacam-se também:

  • Chile (400 toneladas, mas com retração em relação a setembro/2024).
  • Emirados Árabes Unidos (279 toneladas, sem registros no ano anterior).
  • México (251 toneladas, sem registros no ano anterior).

O presidente da ABPA, Ricardo Santin, ressaltou que o avanço se deu em um novo cenário comercial: “Após a ocorrência do tarifaço, houve uma reconfiguração no mapa das exportações do setor, com restabelecimento de fluxo para mercados tradicionais do Oriente Médio e destinos recentemente abertos na América Latina”.

Apesar da redução nas compras por parte dos Estados Unidos, o setor conseguiu compensar e ampliar significativamente sua participação no comércio global, apoiado na abertura de novos mercados e na competitividade do produto brasileiro.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde