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Brasil tem prejuízo de R$ 6,4 bilhões com estradas vicinais precárias

Pesquisa da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) revela os custos operacionais das estradas rurais do país

Brasil possui cerca de 2,2 milhões de quilômetros de estradas vicinais

O estudo da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) sobre o panorama das estradas vicinais do país, divulgado nesta quarta-feira (8), revela que a melhoria na qualidade das vias rurais poderia reduzir em R$ 6,4 bilhões por ano os custos operacionais do setor, atualmente em R$ 16,2 bilhões anuais.

Estradas vicinais são vias não pavimentadas que conectam áreas rurais entre si ou com centros urbanos, escoando cerca de 1,4 bilhão de toneladas de produtos agropecuários. Segundo o CNA, os principais produtos transportados pelas vias são cana-de-açúcar, cereais, leguminosas e oleaginosas, frutas, lavouras permanentes e temporárias, leite, madeira, milho, soja e produção animal.

Ao todo, o Brasil possui cerca de 2,2 milhões de quilômetros de estradas vicinais, distribuídas em 557 microrregiões. De acordo com a representante do agro, para elevar a qualidade de 101 mil km de estradas vicinais do padrão “ruim” para “superior”, em regiões prioritárias, seria necessário um investimento de R$ 12,6 bilhões.

Enquanto para adequar 177 mil quilômetros de estradas terciárias em regiões altamente prioritárias, a CNA estima um investimento necessário de R$ 4,9 bilhões por ano. O custo anual de manutenção nesse padrão é de R$ 35 mil por km. Para adequar todos os 367 mil km de estradas terciárias, o investimento necessário é de R$ 10 bilhões por ano

Segundo a assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA, Elisangela Pereira Lopes, o investimento para elevar as vias a um padrão mínimo de qualidade é “estratégico”. “Com esse aporte, seria possível melhorar a qualidade de vida da população rural e garantir o escoamento de alimentos com mais segurança e eficiência”, disse.

O estudo “Panorama das Estradas Vicinais no Brasil” foi realizado pela CNA em parceria com o Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-Log). Foram realizadas análises com bases públicas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) e da plataforma colaborativa OpenStreetMap (OSM), além de visitas de campo.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.