Carne bovina: setor comemora redução de tarifas nos EUA, 2º maior destino

Apesar do recuo nas vendas para os EUA, o desempenho geral da exportação de carne bovina brasileira bateu recorde nos primeiros oito meses de 2025

Os EUA são o segundo maior destino da carne bovina

O setor de exportação de carne bovina brasileira considera muito positiva a medida do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reduzir as tarifas sobre o produto. A ordem executiva, publicada nesta sexta-feira (14), é vista como um passo crucial para normalizar o comércio entre os países.

“A redução tarifária devolve previsibilidade ao setor e cria condições mais adequadas para o bom funcionamento do comércio. A decisão norte-americana fortalece essa relação e abre espaço para uma retomada mais equilibrada e estável das vendas”, disse a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

A ordem assinada por Trump exclui as mercadorias das taxas tarifárias “recíprocas”, anunciadas em abril, de 10% no Brasil. A tarifa de 40% anunciada em agosto permanece.

A Abiec ressaltou que a redução tarifária “devolve previsibilidade ao setor” e cria condições mais adequadas para o comércio. A expectativa é de que a decisão norte-americana fortaleça a relação bilateral e permita uma retomada mais equilibrada e estável das vendas.

Os EUA são o segundo maior destino da carne bovina. Em 2024 foram 229 mil toneladas exportadas aos norte-americanos, sendo 60% da carne para hambúrguer. Para 2025, a previsão era atingir 400 mil toneladas, segundo o setor.

Exportações recordes apesar do tarifaço

Apesar do recuo nas vendas para os EUA, o desempenho geral da exportação de carne bovina brasileira bateu recorde nos primeiros oito meses de 2025. De janeiro a outubro, o Brasil exportou 2,79 milhões de toneladas, com valor acumulado de US$ 14,31 bilhões, o que representa crescimento de 16,6% em volume e 35,9% em valor frente ao mesmo período de 2024 (2,40 milhões t; US$ 10,53 bi).

O desempenho mantém o país próximo do recorde de 2024 (2,89 milhões t; US$ 12,8 bi) e confirma a liderança brasileira nas exportações mundiais de carne bovina. Ao todo, os embarques chegaram a 162 países em 2025.

Caso mantenha o ritmo atual, o Brasil deve ultrapassar essa marca histórica ainda em novembro, consolidando 2025 como o melhor ano da série desde o início dos registros em 1997.

A China segue como principal destino, com 1,34 milhão de toneladas (US$ 7,10 bilhões), o que representa 48,1% do volume e 49,7% do valor total exportado. Em segundo lugar estão os Estados Unidos, com 231,9 mil toneladas (US$ 1,38 bilhão), seguidos por México (104,3 mil t; US$ 569,4 mi), Chile (104,4 mil t; US$ 569,8 mi) e União Europeia (101,4 mil t; US$ 824,0 mi).

Apesar da medida, o Brasil mantém as exportações aos norte-americanos, sustentado pela competitividade e regularidade do produto. No acumulado de janeiro a outubro, as vendas somaram 232 mil toneladas, aumento de 45% em volume e 38% em valor em relação ao mesmo período de 2024 (160 mil t; US$ 1,0 bilhão), superando o total exportado em todo o ano passado (229 mil t; US$ 1,35 bilhão).

Novos compradores

Em agosto, foram conquistados três novos compradores. Para o mercado das Filipinas, o Brasil vai exportar carne bovina com osso e miúdos. Já para a Indonésia, quarto país mais populoso do mundo, será exportado carne com osso, miúdos bovinos, produtos cárneos e preparados de carne brasileiros. O Brasil também vai exportar para São Vicente e Granadinas, país do Caribe, carne bovina, produtos cárneos e miúdos bovinos.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde

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