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Carne bovina brasileira deve bater recorde de exportação em agosto, apesar do tarifaço

Após a retirada dos Estados Unidos, o Brasil já conquistou três novos mercados

Na primeira metade do mês, a média diária de embarques de carne in natura foi de 12,3 mil toneladas

As exportações de carne bovina brasileira devem bater novo recorde em agosto, mesmo com a retirada dos Estados Unidos, o segundo maior comprador do país.

Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, na primeira metade de agosto, a venda externa da carne brasileira seguiu firme, mesmo com a barreira tarifária imposta por Donald Trump.

A média diária de embarques de carne in natura foi de 12,3 mil toneladas, aumento de quase 25% sobre a média observada em agosto do ano passado e 2,5% acima da de julho, mês de exportação recorde. Segundo os pesquisadores, caso siga nesse ritmo, as exportações vão renovar o recorde neste mês.

Novos compradores

Após a retirada dos EUA com o tarifaço de Trump, o Brasil conquistou o mercado das Filipinas, para carne bovina com osso e miúdos.

Para a Indonésia, quarto país mais populoso do mundo, será exportado carne com osso, miúdos bovinos, produtos cárneos e preparados de carne brasileiros. E também vai exportar para São Vicente e Granadinas, país do Caribe, carne bovina, produtos cárneos e miúdos bovinos.

Com o mercado aquecido, o governo não incluiu a carne na lista de produtos passíveis de aquisição pelo governo, medida de proteção às tarifas dos Estados Unidos.

“Existem outros mercados que querem o café brasileiro, já que não há grande disponibilidade de café. Então, o fato de o café não ter entrado [na lista de alimentos] é por essa razão. A carne igualmente, porque há outros mercados que quererão a carne brasileira”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, em coletiva nesta segunda (25).

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Preço dispara nos EUA

Enquanto o Brasil está aquecido com novos mercados — não do tamanho do Estados Unidos — o país norte-americano sofre com a disparada dos preços da carne bovina.

Segundo o Departamento de Estatísticas do Trabalho do país, o quilo da carne atingiu, na média nacional, US$ 11,875 a libra ou quase R$ 150 o quilo, o maior preço da história do pais. Moradores do país norte-americano, incluindo brasileiros, também flagraram preços de até US$ 69 uma bandeja de carne.

A alta nos preços é causada principalmente por três fatores: mudanças climáticas, restrições ao México e o tarifaço contra o Brasil, que deixou de exportar carne aos norte-americanos.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde