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Café sustentável: Cecafé e Emater-MG unem forças por práticas regenerativas

Parceria foi anunciada nesta quarta-feira (1°), no Dia Internacional do Café

Utilização de culturas de cobertura na entrelinha do café foi uma das práticas analisadas

Em celebração ao Dia Internacional do Café, 1º de outubro, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) anunciou uma nova e estratégica parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).

A colaboração será realizada no âmbito do Programa Construindo Solos Saudáveis e está alinhada ao tema da celebração da data escolhido pela Organização Internacional do Café (OIC) para 2025: “Abraçando a colaboração mais do que nunca”. O tema ressalta a importância da cooperação na cadeia produtiva para garantir sustentabilidade, prosperidade compartilhada e resiliência ambiental.

Segundo Silvia Pizzol, diretora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Cecafé, o principal objetivo da parceria é promover práticas regenerativas na cafeicultura nacional. O foco inicial será a implantação de Unidades Demonstrativas (UDs) em propriedades localizadas no Sul de Minas e no Cerrado Mineiro.

“Nessas unidades, serão avaliados os benefícios da utilização de culturas de cobertura na entrelinha do café, contribuindo para melhoria da saúde do solo, aumento da produtividade e maior resiliência às mudanças climáticas”, explicou Pizzol.

A utilização de culturas de cobertura na entrelinha do café foi uma das práticas analisadas na agenda de carbono do Cecafé, por meio do estudo Balanço de Carbono na Cafeicultura de Minas Gerais, conduzido cientificamente pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e pelo professor da Esalq/USP, Carlos Cerri.

“Os resultados desse trabalho demonstram que a manutenção do solo coberto, aliada a outras práticas conservacionistas, resulta em um balanço negativo (sequestro) de carbono de 10,5 t CO₂ eq/ha de café arábica cultivado ao ano, uma evidência concreta do potencial da cafeicultura regenerativa para mitigar os efeitos das mudanças climáticas”, comentou Silvia.

A colaboração entre Cecafé e Emater-MG viabilizará que essas ações da agenda de carbono transicionem da esfera teórica para a prática no campo, contando com a expertise técnica e a capilaridade da empresa estatal e o apoio dos exportadores de café para gerar e ampliar o conhecimento entre os produtores.

Para possibilitar essa transição à prática, as ações da parceria incluem:

  • Dias de campo, com foco em manejo sustentável;
  • Assistência técnica especializada para produtores;
  • Análises de solo e avaliação de biomassa;
  • Mobilização de cafeicultores com apoio dos exportadores associados ao Cecafé;
  • Elaboração de relatórios técnicos com base nas avaliações das UDs.

O coordenador técnico de Cafeicultura da Emater-MG, Bernardino Cangussú Guimarães, anota que essa colaboração reforça o compromisso da empresa e do Cecafé com a sustentabilidade e a inovação no campo, respondendo aos anseios do mercado consumidor por produtos ambientalmente responsáveis.

“Ao unir conhecimento técnico, engajamento dos produtores e apoio institucional, a parceria representa um passo concreto rumo à cafeicultura regenerativa, que valoriza o solo como base para uma produção mais equilibrada e duradoura”, celebrou o coordenador.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde