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Minas Gerais: exportações de produtos do agro atingem 46,8% do total

Resultado marca o melhor resultado para o período da série histórica, iniciada em 1997

Café segue como o principal ator das exportações

Os produtos do agronegócio seguem superando a mineração nas exportações em Minas Gerais. No primeiro quadrimestre deste ano, o agro representou 46,8% do total das exportações do estado. A receita gerada pela comercialização de produtos agropecuários atingiu US$ 6,5 bilhões, com um volume exportado de 5 milhões de toneladas.

O resultado consolida o melhor resultado para o período da série histórica, iniciada em 1997. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, observou-se um crescimento de 26% na receita, embora o volume tenha registrado uma redução de 6,2%. O levantamento organizado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) aponta, ainda, que houve valorização do preço médio das commodities agropecuárias por tonelada, um aumento de aproximadamente 34%.

Com base nos dados do primeiro quadrimestre, e considerando o comportamento sazonal e as tendências de preço, a estimativa é que Minas Gerais encerre 2025 com exportações agropecuárias entre US$ 19,5 e US$ 20,5 bilhões, o que consolida o estado como um dos maiores polos agroexportadores do Brasil.

Atualmente, Minas é o terceiro maior estado exportador de produtos agropecuários do Brasil, atrás apenas de Mato Grosso e São Paulo. A produção agropecuária é destinada a 160 países, entre eles destacam-se a China (23%), os Estados Unidos (13%), a Alemanha (9%), a Itália (6%) e o Japão (5%).

Destaques

O café segue como o principal ator das exportações, alcançando US$ 3,9 bilhões em receita e um volume de 10 milhões de sacas comercializadas. Houve um aumento de 70% no valor e redução de 3% no volume, em relação ao quadrimestre do ano anterior. Esse recuo do volume é fruto do período de entressafra, que reduz a disponibilidade do grão. Ainda assim, a commodity foi responsável por 60% da receita total do agronegócio mineiro.

A soja, representada pelos grãos, farelo e óleo, registrou receita de US$ 1,1 bilhão e volume de 2,9 milhão de toneladas; no entanto, houve queda de 9% no valor e um aumento tímido de 0,7% no volume.

Os ovos seguem com procura aquecida, apresentando aumento de 495% em valor. Foram US$ 6,6 milhões em receita e 278% em volume, totalizando 3 mil toneladas, confirmando a trajetória ascendente no mercado internacional. Boa parte do crescimento é devido à intensificação da demanda dos Estados Unidos, que enfrentam uma crise significativa no setor avícola devido a surtos recorrentes de influenza aviária.

As carnes tiveram aumento de receita e de volume de exportação nas três frentes: bovina, suína e de frango. Ao todo, houve um aumento de 21,4% na receita, totalizando US$ 533 milhões e 158 mil toneladas enviadas para o exterior. Principal item do segmento, a carne bovina somou US$ 374 milhões e 78 mil toneladas embarcadas, com acréscimos de 19% e 8%, na receita e volume, respectivamente. Os Estados Unidos, 2º principal comprador (atrás somente da China), seguiram adquirindo volumes expressivos da proteína, com crescimento de até 195% na comparação com o período anterior.

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A carne suína segue crescendo em relevância na pauta das proteínas. As vendas somaram US$ 24 milhões, com um volume de 11 mil toneladas, sendo que todos os países aumentaram suas compras. O destaque fica por conta das Filipinas, que mesmo sendo um país estreante, ocupou o 4º lugar na lista de principais compradores, representando cerca de 10% dos embarques. O frango totalizou US$ 128 milhões, com um volume de 66 mil toneladas. O crescimento nas exportações foi de 17% na receita e 10% do volume, com destaque para as vendas para a China e um novo destino, os Países Baixos.

Outros produtos

Nesse quadrimestre, os produtos florestais (composto por celulose, papel e madeira) ultrapassaram a receita do complexo sucroalcooleiro e firmaram-se como 4º principal grupo de produtos exportados do agronegócio. A receita foi de US$ 339 milhões e volume de 559 mil toneladas.

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.