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Após taxar aço e alumínio, Trump coloca etanol brasileiro como alvo nas ‘tarifas recíprocas’

Republicano quer impor o mesmo nível de tarifas aos produtos que entram nos Estados aos que são exportados pelo país

Presidente dos EUA, Donald Trump, assina decretos no Salão Oval da Casa Branca.

Após decretar a taxação do aço e alumínio, que afeta o Brasil, o presidente Donald Trump colocou como alvo o etanol brasileiro. O anúncio nesta quinta-feira (13) foi divulgado em documento após memorando - menos formal que decretos.
- das ‘tarifas recíprocas.

Horas antes, o presidente havia se mostrado ‘eufórico’. ‘Foram três semanas fantásticas, talvez as melhores de todos os tempos, mas hoje é o grande dia: tarifas recíprocas!!!’, publicou Trump em sua plataforma, Truth Social, acrescentando: ‘Vamos tornar a América grande novamente!!!’, seu lema de campanha.

O presidente republicano quer impor o mesmo nível de tarifas aos produtos que entram nos EUA vindos de outro país que o aplicado aos produtos americanos exportados para lá.

Etanol brasileiro

‘A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. Mesmo assim, o Brasil cobra das exportações de etanol dos EUA uma tarifa de 18%. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto os EUA exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil’, afirmou Trump em documento divulgado.

‘Se nos impuserem uma tarifa ou imposto, vamos impor exatamente o mesmo nível de tarifa ou imposto, simples assim’, disse Trump no Salão Oval da Casa Branca, ao assinar o documento com instruções sobre sua política tarifária.

O presidente admitiu que os preços podem subir, mas disse esperar que isso se reverta com o tempo.

Medidas visam diminuir déficit

Segundo Peter Navarro, assessor comercial e industrial de Trump, os Estados Unidos têm um déficit comercial “de mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões) porque os principais países exportadores atacam os nossos mercados com tarifas punitivas e barreiras não tarifárias ainda mais punitivas”.

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‘Hoje estou aliviando nossas tarifas sobre aço e alumínio’, disse Trump no Salão Oval ao assinar as ordens executivas. ‘São 25%, sem exceções ou isenções’.

Trump acrescentou que considera impor tarifas adicionais sobre automóveis, produtos farmacêuticos e chips de computador.

O Brasil deve ser afetado pela medida. De acordo com dados do Anuário da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), em 2024, a indústria nacional exportou US$ 796 milhões (R$ 4,5 bilhões na atual cotação) para os EUA — 14% do total das exportações do setor. Houve um aumento de 16% em relação a 2023, quando foram exportados US$ 685 milhões (R$ 3,9 bilhões) — 15% do total das exportações.


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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde