A partir desta segunda-feira (10), os Estados Unidos passarão a aplicar uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio, segundo o atual presidente Donald Trump. De acordo com dados do governo e do American iron and Steel Institute, as maiores fontes de importação de aço dos EUA são o Canadá, Brasil e México, seguidos pela Coreia do Sul e o Vietna. Além disso, metade do alumínio utilizado no país também é importado, principalmente do Canadá.
“Todo o aço que entrar nos Estados Unidos será tarifado em 25%”, declarou Trump a jornalistas durante um voo com destino a Nova Orleans, ao acompanhar o Super Bowl, nesse domingo (9). O republicano acrescentou que a mesma medida se aplicará às importações de alumínio.
Trump também assinalou que vai anunciar na “terça ou quarta-feira” as “tarifas recíprocas” com as quais busca alinhar os impostos alfandegários de produtos que entram nos Estados Unidos da mesma forma em que os produtos americanos são taxados no exterior.
“Isso não afetará todos os países, pois alguns exigem as mesmas tarifas que nós. Mas, para aqueles que se beneficiam dos Estados Unidos, o favor será retribuído”, afirmou.
A partir desta terça-feira (11), os produtos provenientes da China serão tributados adicionalmente em 10%, uma medida à qual Pequim decidiu responder com tarifas específicas sobre certos produtos americanos a partir de 10 de fevereiro.
Brasil deve ser um dos países afetados pela medida
O Brasil deve ser afetado pela medida. De acordo com dados do Anuário da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), em 2024, a indústria nacional exportou US$ 796 milhões (R$ 4,5 bilhões na atual cotação) para os EUA — 14% do total das exportações do setor. Houve um aumento de 16% em relação a 2023, quando foram exportados US$ 685 milhões (R$ 3,9 bilhões) — 15% do total das exportações, segundo a CNN.
O governo brasileiro não se surpreendeu com o anúncio das tarifas de Trump. Esses dois setores já haviam sido objeto de políticas protecionistas na primeira passagem de Trump pela Casa Branca e já se esperava, em Brasília, que essa atitude voltasse em algum momento no começo de sua segunda gestão.
Durante o seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio, mas concedeu posteriormente a vários parceiros comerciais quotas isentas de impostos, incluindo o Canadá, o México, a União Europeia e o Reino Unido.