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Trump assina decreto que impõe tarifa de 25% sobre aço e alumínio; Brasil deve ser afetado

Um dos maiores exportadores de aço, o Brasil deve ser um dos países afetados pela taxação; no último mandato do republicano o setor também foi prejudicado

Presidente dos EUA, Donald Trump, assina decretos no Salão Oval da Casa Branca.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu a ‘promessa’ e assinou o decreto que impõe tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio na noite desta segunda-feira (10)

‘Hoje estou aliviando nossas tarifas sobre aço e alumínio’, disse Trump no Salão Oval ao assinar as ordens executivas. ‘São 25%, sem exceções ou isenções’.

Trump acrescentou que considera impor tarifas adicionais sobre automóveis, produtos farmacêuticos e chips de computador.

    Brasil deve ser um dos países afetados pela medida

    O Brasil deve ser afetado pela medida. De acordo com dados do Anuário da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), em 2024, a indústria nacional exportou US$ 796 milhões (R$ 4,5 bilhões na atual cotação) para os EUA — 14% do total das exportações do setor. Houve um aumento de 16% em relação a 2023, quando foram exportados US$ 685 milhões (R$ 3,9 bilhões) — 15% do total das exportações.

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    No último mandato do republicano, o aço brasileiro foi prejudicado pela alta na taxação.

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    Entre 2017 e 2021, Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio, mas concedeu posteriormente a vários parceiros comerciais quotas isentas de impostos, incluindo o Canadá, o México, a União Europeia e o Reino Unido.

    A taxação não surpreendeu o governo brasileiro. Os dois setores já haviam sido objeto de políticas protecionistas na primeira passagem de Trump pela Casa Branca e já se esperava, em Brasília, que essa atitude voltasse em algum momento no começo de sua segunda gestão.

    Antes do decreto formalizado na noite desta segunda (10), a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) informou à Itatiaia que acompanhava os desdobramentos.

    Leia nota na íntegra:

    ‘Caso essa medida seja efetivamente implementada, trará impactos negativos, considerando que as exportações desses produtos para o mercado norte-americano são expressivas para a economia brasileira.

    No entanto, é importante ressaltar que, por se tratar de uma taxação aplicada a todas as economias e não exclusivamente ao Brasil, o cenário colocaria os países em condições de concorrência mais equilibradas.

    O presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, destaca que a expectativa é de que o Brasil não seja prejudicado de forma significativa. “Assim como ocorreu no primeiro mandato do ex-presidente Donald Trump, entendemos que, mesmo com a adoção de sanções, o Brasil poderá obter algumas concessões. Grande parte das nossas exportações são de produtos semi-elaborados, que passam por processos de industrialização em empresas norte-americanas, muitas delas coligadas a companhias brasileiras. Isso pode ser um fator favorável para que o Brasil não saia machucado dessa situação”, afirma.

    Por fim, é fundamental observar que, até o momento, não há nenhuma definição concreta sobre o tema. “Trata-se apenas de um comentário informal. Precisamos aguardar para entender quais medidas, de fato, serão adotadas”, conclui Roscoe’

    *Com informações da AFP


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    Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde