Nas últimas semanas um ‘novo’ item ganhou as prateleiras de alguns supermercados no país: o
De fato, os preços do café estão ‘salgados’, e não é de hoje. O
Até o momento, o chamado ‘café fake’ foi encontrado em prateleiras de São Paulo e da região Sul do país e não possui o devido registro para venda.
O que é o ‘café fake’?
Um dos principais pontos é que o ‘café fake’ não é uma alternativa confiável para amenizar o bolso. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), Pavel Cardoso, ‘café fake’ é tudo aquilo que não é café.
‘O café é o endosperma, ou seja, o grão que tem dentro do fruto café. A partir daquele grão, a indústria leva para sua industrialização, faz a torremoagem e o empaquetamento. Existe uma legislação que regula o novo protocolo do café, que é a
‘Todo esse resíduo, que na verdade é descartado, a mucilagem e toda essa casca que seca é popularmente conhecido como palha melosa, é impureza. E o café fake tem 100% de impureza. Ali se tem cascas, pedras, paus, sedimentos, com alguma algum produto químico que dá o sabor do café. Esse sabor café é artificial, não há uma categoria para esse produto’, esclarece o presidente.
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A ABIC informou que já fez as denúncias tanto para a iniciativa privada, para todas as entidades, associações de supermercados estaduais, quanto para as associações de supermercados nacionais e também para os órgãos públicos, fazendo a denúncia para o Ministério de Cultura e para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ‘que já está tomando as devidas providências para esse produto sair do mercado’, informou Cardoso.
Como diferenciar as embalagens?
Primeiramente, o consumidor deve observar se os cafés que estão nas prateleiras dos supermercados tem as certificações da ABIC, na parte frontal, lateral ou traseira da embalagem.
‘Outra observação importante, uma boa recomendação, é o consumidor fazer o download do app Abicafé — disponível no iOS e Android —, através desse app e uma leitura rápida no código de barras de qualquer café, é possível se verificar se esse café está devidamente certificado e em qual categoria ele está enquadrado, tradicional, superior, extra forte, gourmet ou os cafés especiais’, alerta o presidente.
Outro ponto importante que consumidor deve ficar atento é a média de preços que está na prateleira.
‘Se o produto está com preços muito abaixo dessa média, não é café, é fraude’
O coordenador técnico de Cafeicultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater), Bernardino Cangussú Guimarães também alerta sobre os preços:
‘O preço médio de um pacote de café de 500g está custando, em média, R$ 30,00, enquanto o “café fake” tem saído por menos da metade. Os cuidados na escolha do café incluem o preparo correto da bebida, para otimizar o uso do pó e extrair o maior sabor possível dos grãos’.
As bebidas à base de café também são uma fraude e não há uma categoria específica para esse produto.
Confira dicas para escolher o café
Os cuidados na escolha do café incluem o preparo correto da bebida, para otimizar o uso do pó e extrair o maior sabor possível dos grãos. Confira as dicas do coordenador técnico da Emater-MG:
- Tenha um moedor. O café em grão conserva o sabor e não tem impurezas. “Um moedor caseiro vai mudar completamente o sabor do seu café”, aconselha Bernardino Guimarães;
- Prefira torras mais claras. A torra muito forte e escura está queimada. Além do sabor amargo forte, esse tipo de torra também mascara impurezas;
- Acerte na medida do pó. O excesso deixa a bebida amarga e mascara impurezas. A medida ideal, conforme o coordenador da Emater, é 7g (cerca de uma colher de sopa rasa) por 100 ml de água;
- “O maior consumidor de café é a pia” - evite o desperdício! Faça somente a quantidade que for consumir dentro de algumas horas. O café na garrafa, principalmente aquele que é adoçado no preparo, costuma fermentar e mudar de sabor;
- Adoce o café somente na xícara, para evitar fermentação e desperdício;
- Prefira produtos com selos ou certificados, o que já é uma boa referência para um produto de qualidade.
*Com informações da Seapa