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Café de Dom Viçoso, no sul de Minas, leva a melhor em concurso durante a SIC 2024

Bebida atingiu a impressionante marca de 90 pontos superando os outros 2.152 cafés concorrentes

Café de Dom Viçoso foi o grande campeão da noite

O produtor Joaquim Adolfo Pinto Noronha, de Dom Viçoso, no Sul de Minas, foi o grande campeão da 8ª. Premiação do Cupping de Cafés Especiais do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema Faemg, realizada, ontem (21), dentro da programação da Semana Internacional do Café, no Expominas.

Pontuação geral dos cuppings aumentou em relação à edição anterior da feira

O café de Joaquim atingiu impressionantes 90,88 pontos. “Fiquei muito feliz de ter conquistado esse prêmio com pontuação tão expressiva. Agradeço demais a todos os técnicos que passaram tanto conhecimento e me ajudaram a qualificar meu produto e melhorar na atividade”, disse Joaquim.

O evento contou com a presença de lideranças do setor, técnicos, supervisores e, principalmente, dos produtores rurais. “É um orgulho enorme ver os produtores assistidos pelo programa atingindo níveis tão altos de qualidade. Este é o reflexo de um trabalho coletivo, que alia assistência técnica a práticas inovadoras e sustentáveis”, disse o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio Pitangui de Salvo, em seu discurso na abertura da cerimônia de premiação.

A 8ª edição do concurso reuniu 2.153 amostras de café, enviadas por produtores de todas as partes do estado. O número é 16,7% maior do que na edição anterior do prêmio e a região com maior número de inscritos foi a Chapada de Minas. As avaliações foram conduzidas no Centro de Excelência em Cafeicultura, em Varginha, por uma equipe especializada de 17 provadores certificados. Um deles foi o Q-grader Roberto Gregatti. O especialista em avaliação sensorial de café destacou a alta qualidade das amostras recebidas ao longo do concurso. “Os cafés estão ficando mais encorpados e doces”, afirmou.

Diversidade e riqueza de sabores

A diversidade sensorial dos cafés mineiros, aliás, foi um ponto alto da competição. Segundo o Q-grader, o estado possui uma grande riqueza de sabores, com perfis que vão desde os mais frutados até os mais achocolatados, passando por notas de nozes, caramelo e avelã. Essa variedade é resultado das diferentes regiões produtoras de Minas Gerais, cada uma com suas características únicas de terroir”, concluiu. O prêmio também destacou grupos como Jovens, Mulheres e Manejo Produtivo Sustentável.

Para a gerente de ATeG do Sistema Faemg Senar, Nathália Rabelo, o evento reflete a importância do programa. “Essa premiação é super esperada e atrai cada vez mais público. Nesta oitava edição, recebemos mais de 2.000 amostras de café de produtores de todo o estado e premiamos mais de 20 categorias”.

Segundo ela, o concurso, iniciado em 2017, nasceu com o objetivo de mapear a qualidade do café que era produzido pelos produtores assistidos porque nem o Sistema, nem os próprios produtores tinham essa noção. “Eles tinham um cafezão e vendiam como se fosse um café normal. Então, trouxemos o concurso para que eles entendessem isso, elevassem suas auto estima e avançassem ainda mais na produção.

Laudo atesta o estágio de evolução do café

Além disso, o Sistema entrega a cada participante um laudo de qualidade com a pontuação obtida. “Então, mesmo que ele não fique entre os primeiros colocados, terá um documento que, certamente, vai agregar valor a seu produto e facilitar nas negociações de venda”, disse. Segundo Nathália, entre os vencedores dos últimos anos, não há uma região predominante. “A cada edição, é uma surpresa. Temos mais produtores no sul e nas Matas de Minas, então, produtores dessas duas regiões acabam predominando um pouco, entre os participantes”.

Para o analista técnico do ATeG, Wender Borges, a expectativa para o prêmio desse ano era que os cafés participantes atingissem pontuações mais altas porque “o sarrafo subiu”. “Por causa de um trabalho forte em treinamentos e capacitações e um maior cuidado no pós-colheita e com a lavoura, aumentamos a qualidade dos nossos cafés e era natural que isso se refletisse na xícara. Eles têm essa consciência da valorização que está vindo. O produtor está entendendo essa mensagem e está junto com a gente fazendo todas as ações necessárias para que seu café se destaque”, falou.

Momento é bom, mas próxima safra preocupa

Nathália acredita que o setor vive um bom momento com os preços de compra e venda em alta. “Se o mercado está valorizando o produto, então, o produtor também passa a ser valorizado”, disse. Apesar disso, ela disse que a próxima safra preocupa por causa da ‘quebra’ ocorrida nas lavouras esse ano, em função da insuficiência de chuvas.

Conheça os outros produtores premiados

Na categoria geral, além do troféu de ouro de Joaquim, outros premiados foram: João Pedro de Souza Salazar Ribeiro, de Reduto, ficou com o troféu de prata, com 89,92 pontos, e Rosângela Camelo Sebe Barbosa, de Dom Viçoso, levou o bronze com 89,88 pontos.

Na categoria de Manejo Produtivo Sustentável, o premiado foi Sidinei Alexandre Pereira, de Piranguinho, enquanto Rosângela Camelo Sebe Barbosa destacou-se na categoria Mulheres, reforçando o protagonismo feminino no setor.

Confira a lista completa de premiados:

Geral

1º Lugar: Joaquim Adolfo Pinto Noronha

2º Lugar: João Pedro de Souza Salazar Ribeiro

3º Lugar: Rosângela Camelo Sebe Barbosa

Cerrado Natural

1º Lugar: Erly Silva

2º Lugar: Maria Izabel Alvarenga

3º Lugar: Edmar de Souza

Chapada Natural

1º Lugar: Edilaine Maria da Silva Gomes Alves

2º Lugar: Maurício Domingues Rodrigues

3º Lugar: Carlos Bonifácio Santana

Chapada Cereja Descascado

1º Lugar: José dos Santos

2º Lugar: José Ildo Ribeiro

3º Lugar: Sebastião Gomes de Almeida

Matas Natural

1º Lugar: João Pedro de Souza Salazar Ribeiro

2º Lugar: Júlio Moura

3º Lugar: Alan Rodrigues Lacerda

Matas Cereja Descascado

1º Lugar: Patrícia da Roza Emerick

2º Lugar: Guilherme Tadeu de Melo Espeschit

3º Lugar: Hugo Riva Pereira

Sul Natural

1º Lugar: Jaime Pacheco Duarte

2º Lugar: Dario Francisco Franqueira Carneiro

3º Lugar: Wagner Teodoro da Silva

Sul Cereja Descascado

1º Lugar: Joaquim Adolfo Pinto Noronha

2º Lugar: Rosângela Camelo Sebe Barbosa

3º Lugar: Marcelo Carvalho Ferraz

Conilon

1º Lugar: Paulino Alexsandro Pego Alves

2º Lugar: Ronaldo Pansine

3º Lugar: Márcio José Caldeiras Rodes

Jovens

1º Lugar: João Pedro de Souza Salazar Ribeiro

Mulheres

1º Lugar: Rosângela Camelo Sebe Barbosa

Sustentabilidade

1º Lugar: Sidinei Alexandre Pereira

Escritório Regional

1º Lugar: Varginha - ER03

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Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.