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Chapada de Minas premia os melhores cafés de 2024 em Capelinha

Prêmio de Qualidade do Café da Chapada de Minas tem o objetivo de divulgar as características peculiares das plantações de café na região

Os melhores cafés da região localizada no Vale Jequitinhonha foram premiados pelo Sebrae Minas e pelo Instituto de Café da Chapada de Minas (ICCM). A terceira edição do Prêmio de Qualidade do Café da Chapada de Minas, que aconteceu na sede do Sicoob, em Capelinha, reconheceu o trabalho de produtores em cinco modalidades.

Ao todo, 73 amostras passaram pela avaliação a partir da metodologia de análise sensorial da Specialty Coffee Association (SCA), considerando dez critérios: fragrância/aroma; sabor; retrogosto; acidez; corpo; uniformidade; ausência de defeitos; doçura mínima; balanço; e conceito final.

O café do tipo Cereja Descascado, produzido na Fazenda Primavera, foi o grande vencedor da noite, ao terminar com uma pontuação de 88,5. Cerca de 85% do café já é considerado especial, com classificação acima de 80 pontos na escala que vai até 100. Atualmente, 45% da colheita da propriedade é voltada para a categoria natural, e os 55% restantes envolvem o tipo cereja descascado.

Em 2018 e 2019, a Fazenda Primavera já havia vencido o Cup of Excellence (COE), principal concurso do mundo que avalia a qualidade de cafés especiais. O clima ameno, a altitude e o relevo conferem características peculiares às amostras produzidas na região. A fazenda ainda exporta o produto para o Japão, Emirados Árabes, Austrália e países europeus. A propriedade tem mais de 500 hectares de cafés especiais.

Além do prêmio na modalidade “Cereja Descascada”, a fazenda localizada em Angelândia foi vice-campeã na modalidade “Tradições Naturais”. “No ano passado, levamos alguns prêmios neste mesmo evento, o que mostra nossa vertente de sempre produzir cafés com excelência e obter o reconhecimento no mercado. Nossos principais clientes são do exterior e isso mostra que nossa origem demonstra qualidade. Isso gera confiança dos consumidores”, explica o engenheiro-agrônomo André Anbrellini, gestor da Fazenda Primavera.

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Três mil e 100 hectares de área de proteção ambiental

O cafeicultor Rodrigo Crimaudo Mendes, da Fazenda Sequóia, levou a melhor na modalidade “Tradições Naturais”, acima de 20 hectares. A propriedade produz uma média de 30 mil sacas de grãos anualmente, conciliando a produção de café com a preservação dos recursos naturais. Dos 3.900 hectares da propriedade, 3.100 são de área de proteção ambiental. “É uma conquista não somente minha, mas de todos os funcionários que compõem a fazenda. Temos colaboradores que fazem um trabalho maravilhoso diariamente. Nosso café amarelão tem sido diversificado e gera resultados maravilhosos”, afirmou o produtor. Além da Primavera, Sérgio Meirelles, da Fazenda Alvorada, completou a lista dos três campeões.

Categoria Microlotes valorizou agricultura familiar

Uma novidade na premiação de 2024 foi a inclusão da categoria Microlotes Naturais, como forma de valorizar a agricultura familiar. A disputa foi vencida pelo produtor Tarcísio Costa Barbosa, da Fazenda Marmoreio. José Cunha Fernandes, da Fazenda Brejo do Cunha, e Gilson Pereira, da Fazenda Oda, completaram o grupo dos três melhores colocados.

Para Tarcísio, o troféu teve um sabor mais que especial. “É uma satisfação enorme ser reconhecido em um prêmio tão importante para a região, pois é a primeira que participo do evento. Mesmo sendo um pequeno produtor, sempre me esforcei, ao lado de minha esposa, para entregar aos clientes um café cada vez melhor. Me sinto muito orgulhoso pelo trabalho. Nas próximas edições, tentaremos repetir o resultado”, conta o produtor, que começou a atuar na cafeicultura no fim dos anos 1980.

O Prêmio do Café da Chapada de Minas fez uma homenagem especial ao produtor Dailton Ribeiro, de 85 anos. Pioneiro na cafeicultura da região, ele foi lembrado pelo legado que deixou na região. Ele atualmente é empresário do ramo de postos de combustíveis em Belo Horizonte, mas tem a agricultura como paixão. “Fui um dos pioneiros no Jequitinhonha a trabalhar com café, quando meu tio foi prefeito em Capelinha. Amo muito esse território e fico lisonjeado por receber essa homenagem especial. Considero essa cadeia um negócio promissor para aqueles empreendedores que são organizados, tem um objetivo à vista e querem progredir com produção de cafés diferenciados”, afirma Dailton.

(*) Com informações do Sebrae

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Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.



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