Acaba de sair do ‘forno’ um estudo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
De acordo com o gerente de inovação da
Ele explicou que os testes foram feitos utilizando-se um complexo químico sistêmico de cobre aplicado, cujo nome comercial é Fulland, à cultura da soja. “Cobrimos as folhas da parte de baixo da planta e deixamos apenas a parte de cima. O produto foi aplicado junto com os fungicidas e, após 48 horas, coletamos amostras da parte de baixo que não recebeu nenhum produto. O material foi levado para o laboratório para ser analisado através de um processo chamado Cromatografia Líquida de Alta Eficiência”.
O engenheiro químico Fabrício Porto: estratégias para melhorar o deslocamento dos fungicidas pelas plantas
Os pesquisadores Jefferson Lima, João da Cunha e Manoel Batista o compararam com folhas das plantas que receberam aplicação só de fungicidas, sem o complexo de cobre. O resultado foi a constatação do aumento da mobilidade do fungicida. Isso acontece devido à compatibilidade química que o complexo de cobre tem com os fungidas, fazendo com que esses se liguem facilmente e se desloquem para a parte de baixo das plantas”.
Segundo Porto, quando usado na calda de aplicação, o produto favorece o deslocamento (translocação) de fungicidas levando à concentração de ativos no terço inferior da soja. Com isso, combate o chamado “efeito guarda-chuva”. Esta ação foi comprovada em tese de doutorado de alunos do programa de pós-graduação em Agronomia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) a partir da análise de estudos em campo.
Entenda como foi o estudo
Os pesquisadores avaliaram o efeito do complexo de cobre na calda associado ao manejo químico para garantir a presença de ativos no terço inferior não pulverizado da soja. O principal resultado do estudo, realizado durante duas safras de soja (2022/2023 e 2023/2024), comparou a ação de três fungicidas, entre eles um que é referência no combate à ferrugem asiática, aplicando os produtos apenas na parte de cima das plantas e isolando a de baixo, que representa 33.7% da produtividade. Para a comparação, a mesma prática foi replicada em outras plantas, mas desta vez adicionando o complexo à calda de pulverização.
Porto explica que, com a translocação de forma equilibrada, será possível alcançar um melhor controle das doenças nas partes inferiores e que não conseguiam ser protegidas por causa do efeito guarda-chuva. “Conseguiremos melhorar a epidemiologia, a sanidade da parte inferior das plantas e isso, consequentemente, acarretará em índices melhores de produtividades no final do ciclo”, complementa. Os testes foram promovidos no Campo Experimental da Satis, em Araxá (MG).