O governador Romeu Zema (Novo), junto do vice-governador Mateus Simões (PSD), anunciou, nesta quinta-feira (13), em Ipatinga, a aplicação de R$ 220 milhões em investimentos na área da saúde em municípios da Bacia do Rio Doce. Os recursos fazem parte do Acordo de Reparação firmado após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em 2015. O valor integra um pacote maior, de R$ 424 milhões, destinado à expansão e melhoria dos serviços públicos de saúde.
Durante coletiva de imprensa, Zema destacou que o foco do repasse é estrutural, e não de custeio. “Esse recurso não é para custeio, é investimento em novas unidades ou melhorias de unidades existentes, para que o legado fique”, afirmou o governador.
Segundo o vice-governador Mateus Simões, a primeira etapa prevê a construção de 30 unidades básicas de saúde, novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), obras em unidades já existentes, compra de equipamentos hospitalares e ampliação de serviços públicos essenciais.
“Vamos sentar com os municípios para fazer esse ajuste fino do local desses investimentos, já que são os municípios que administram esses recursos a partir da entrega das obras. O governo vai fazer um monitoramento direto com as prefeituras, fiscalizando para que esse dinheiro realmente seja investido no que está previsto. Eu não transfiro o dinheiro para o município, eu transfiro dentro de um convênio, pode ser para o município, pode ser para o consórcio, pode ser até para a instituição filantrópica que vai fazer a execução e tem que ser feito prestação de contas para nós e para os ministérios públicos, o Estado e o Federal que acompanha o cumprimento da repactuação de Mariana”, pontuou Simões.
Impacto para Ipatinga
Presente no evento, o prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes (PL), afirmou que a administração municipal foi ouvida pelo Estado na formulação dos investimentos e que parte dos recursos será direcionada à ampliação da capacidade hospitalar da cidade.
“Nós fizemos um projeto para fazer a criação de leitos no nosso hospital, a compra também de alguns equipamentos, inclusive, para que a gente possa ampliar a oferta das cirurgias eletivas dentro do nosso bloco cirúrgico no Hospital Municipal. Hoje a gente não consegue fazer essa ampliação justamente pela falta de leitos de retaguarda. E não só das cirurgias eletivas, dos leitos mesmo que hoje as pessoas estão no hospital, às vezes aguardando uma transferência que fica um pouco demorada por conta do congestionamento que nós temos hoje numa rede de uma maneira geral”, apontou o chefe do Executivo municipal.
Origem dos recursos
O montante anunciado integra os R$ 12 bilhões destinados à saúde no Acordo de Reparação do Rio Doce. Desse total, R$ 3,6 bilhões já estão em execução imediata.
O plano será coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), com monitoramento da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag-MG). Os repasses serão feitos por convênios com municípios, consórcios intermunicipais ou entidades filantrópicas, mediante prestação de contas.