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O estudo, publicado na revista ‘npj Parkinson’s Disease’, reuniu 66 voluntários: pessoas saudáveis, pacientes com Parkinson em estágio inicial e indivíduos com transtorno do sono REM, condição que pode anteceder doenças neurológicas. Todos realizaram a mesma tarefa: bater os dedos diante de uma câmera. Segundo o pesquisador Diego L. Guarín, “todos os participantes pareciam saudáveis a simples vista, mas o algoritmo conseguiu detectar diferenças quase imperceptíveis”.
O sistema, chamado VisionMD, utiliza aprendizado de máquina para medir a amplitude, a velocidade e a regularidade dos movimentos. Entre os achados, destacou-se o chamado ‘efeito de sequência’, quando a força ou a velocidade do gesto diminuem progressivamente. O fenômeno apareceu em pacientes com Parkinson e em pessoas com distúrbio do sono REM, o que pode indicar risco de desenvolvimento da doença.
Com precisão acima de 80% na diferenciação entre os grupos, a tecnologia tem potencial de tornar o diagnóstico mais acessível. Basta um vídeo gravado em celular ou webcam, sem necessidade de equipamentos médicos sofisticados. Para Guarín, esse recurso “abre espaço para antecipar diagnósticos e beneficiar especialmente quem apresenta maior risco de progressão da doença”.