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Especialistas ouvidos pelo Infobae explicam que existem sinais que podem indicar um possível engano e apontam caminhos para lidar com a crise, reconstruir o vínculo ou voltar a confiar em si mesmo e no amor após uma traição.
Infidelidade nos dias de hoje
Com o passar do tempo, o conceito de infidelidade mudou. Segundo a psicóloga Patricia Faur, docente universitária e autora do livro ‘Ya no te creo’ (‘Eu não acredito mais em você'), hoje a traição está mais ligada à quebra de acordos do que apenas ao sexo fora do relacionamento. Cada casal define seus próprios limites. Para alguns, uma conversa virtual íntima já pode ser considerada infidelidade. Para outros, envolve envolvimento emocional, sexo ou até levar uma vida dupla.
O psiquiatra e sexólogo Walter Ghedin explica que nem toda infidelidade surge de uma crise no casal. Em alguns casos, está ligada à busca por estímulos, validação pessoal ou a carências emocionais e sexuais. Já o psicólogo e sexólogo Mauricio Strugo destaca que a traição muitas vezes é um sintoma de que algo não está funcionando bem na dinâmica da relação.
7 sinais que podem indicar infidelidade
Não existe uma lista definitiva, mas especialistas apontam comportamentos que merecem atenção.
1) Distanciamento emocional
Falta de paciência, redução do interesse e comportamentos evitativos podem ser os primeiros sinais. O parceiro parece mais distante e menos disponível.
2) Condutas evasivas
Apagar mensagens, esconder o celular ou atender ligações longe do outro, especialmente em horários incomuns, pode gerar desconfiança.
3) Mudanças repentinas na rotina
Desculpas frequentes para sair, novos hábitos, alteração no estilo de vestir ou um cuidado excessivo com a aparência chamam atenção.
4) Alterações na vida sexual
Pode haver diminuição do desejo ou, ao contrário, propostas inesperadas de práticas diferentes. Também podem surgir mudanças nos pedidos de carinho e afeto.
5) Redes sociais
Curtidas e comentários em perfis desconhecidos ou uma atividade online mais secreta são sinais comuns relatados por especialistas.
6) Oscilações no humor e na convivência
Alguns casais percebem uma trégua estranha nos conflitos. Outros notam aumento das cobranças emocionais e das reclamações.
7) Atitudes estranhas
Evitar certos lugares, demonstrar ansiedade em viagens, fins de semana ou eventos sociais pode ser um indício mais sutil.
Apesar disso, Patricia Faur alerta que o mais importante não é investigar, mas conversar. Em vez de vigiar, o ideal é expressar o desconforto e abrir espaço para o diálogo.
O impacto da infidelidade
A descoberta de uma traição costuma afetar profundamente quem foi enganado. Mauricio Strugo compara o processo a uma ferida aberta, que exige tempo, cuidado e, principalmente, arrependimento e disposição real do outro para reconstruir a confiança.
Walter Ghedin explica que a dor não envolve apenas o parceiro infiel, mas também a relação consigo mesmo. É comum surgir autocrítica, culpa e sensação de desvalorização. Em geral, mulheres tendem a sofrer mais com a crítica pessoal, enquanto homens relatam impacto na autoestima e na percepção de virilidade.
Segundo Patricia Faur, se o casal decide seguir junto, é fundamental estabelecer um novo acordo. Isso significa não reviver constantemente o episódio no futuro. Se não houver segurança para recomeçar, insistir na relação pode prolongar o sofrimento.
Dá para voltar a confiar no amor depois de uma traição?
Para os especialistas, é possível, mas o processo é complexo. A confiança não volta a ser exatamente como antes, porém isso não impede seguir em frente. Aprender com a experiência e fortalecer o amor-próprio faz parte da reconstrução.
Patricia Faur afirma que alguns casais conseguem sair mais fortes após uma infidelidade. São relações que investem na intimidade emocional, na comunicação e no cuidado mútuo. Ela compara esses vínculos à técnica japonesa do kintsugi, que repara cerâmicas quebradas com ouro, transformando as rachaduras em parte da beleza da peça.
Walter Ghedin destaca que, após a traição, muitos casais passam a conversar melhor e ajustar conflitos antigos, embora a desconfiança possa persistir por um longo período.
