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Criador do ChatGPT fala sobre ética e o futuro da inteligência artificial

Sam Altman, CEO da OpenAI, explica limites da tecnologia, comenta acusações e desafios

Sam Altman, criador do ChatGPT, defende regulamentação das IAs

O diretor-executivo da OpenAI, Sam Altman, concedeu uma entrevista ao programa “The Tucker Carlson Show” que reacendeu o debate sobre os impactos éticos e sociais da inteligência artificial. Na conversa, ele falou sobre desafios, privacidade, empregos e até a polêmica morte de Suchir Balaji, ex-pesquisador da empresa.

Altman explicou que, embora sistemas como o ChatGPT possam parecer inteligentes ou até “vivos”, na prática não têm consciência nem autonomia. “Os sistemas de IA não fazem nada a menos que seja pedido”, afirmou o CEO, reforçando que a sensação de vida é apenas uma ilusão.

Ele contou que o treinamento dos modelos envolve consultas a filósofos e especialistas em ética, mas que, mesmo assim, “ao final temos que tomar algumas decisões”. Segundo ele, a empresa busca equilibrar a liberdade dos usuários com a proteção da sociedade, especialmente em temas sensíveis, como armas biológicas.

Morte de ex-funcionário da OpenAI

A entrevista ficou mais tensa quando Tucker Carlson citou a morte de Suchir Balaji, em novembro de 2024, classificada pela polícia como suicídio. A mãe do pesquisador, porém, afirma que ele foi assassinado “por ordem” de Altman. O executivo se disse consternado e rejeitou as acusações: “Foi como um amigo para mim... me parece um suicídio”. Ele acrescentou que tentou falar com a família, mas foi rejeitado.

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Carlson insistiu sobre supostos sinais de luta entre os dois, mas Altman respondeu: “Não tenho feito muitas entrevistas em que me acusaram disso”. O apresentador retrucou que apenas repetia o que a mãe da vítima dizia.

Privacidade e empregos

Sobre privacidade, Altman defendeu a criação de um “privilégio da IA”, parecido com o sigilo médico ou jurídico, para proteger as conversas dos usuários. “Acho que deveríamos ter o mesmo conceito para a IA que temos com médicos ou advogados”, afirmou.

Quanto ao trabalho, reconheceu que áreas como atendimento ao cliente perderão vagas, mas ressaltou que profissões humanas, como a enfermagem, seguirão essenciais. “Haverá novas categorias de trabalho que hoje não podemos imaginar”, destacou.

Relação com Elon Musk

Altman também comentou sua relação com Elon Musk, cofundador da OpenAI e hoje concorrente. O CEO disse que admirava Musk, mas que ele saiu da empresa por acreditar que o projeto não daria certo. Desde então, a disputa se intensificou.

Por fim, alertou para os riscos do poder concentrado da IA, como a manipulação social e os efeitos imprevistos. Ele defendeu transparência e regulação adequada. Confessou ainda que, desde o lançamento do ChatGPT, não conseguiu mais descansar.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.