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Como reconhecer o burnout e o que fazer para superá-lo

Psicólogo explica sinais do problema e indica estratégias para recuperar o equilíbrio entre carreira e vida pessoal

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o burnout como resultado de estresse laboral não administrado

Sentir-se exausto, perder a motivação e perceber que o estresse do trabalho invade a vida pessoal são sinais cada vez mais comuns entre profissionais. O esgotamento profissional, também chamado de síndrome de burnout, é uma preocupação crescente no mundo todo.

De acordo com o psicólogo da Cleveland Clinic (EUA), Joseph Rock, ouvido pelo site Infobae, existem formas de enfrentar o problema e recuperar o bem-estar. O burnout é uma resposta persistente e negativa ao estresse no trabalho, que drena a pessoa física, mental e emocionalmente. Embora não seja um diagnóstico oficial de saúde mental, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a condição como resultado de estresse laboral não administrado.

A Associação Americana de Psicologia (APA) aponta que 79% dos trabalhadores americanos já relataram sentir estresse no trabalho. Esse impacto vai além do desempenho profissional, afetando também a vida pessoal. Como explica Rock: “Quando levamos a carga do estresse laboral para casa, pode se estender ao resto de nossas vidas, afetando nossas relações, nossa criação dos filhos e nosso interesse por passatempos e atividades”.

Sinais de alerta

Identificar o burnout logo no início ajuda a agir a tempo. Segundo o Rock, quando prazos apertados, reuniões constantes e muitos e-mails geram cansaço constante, pode ser um alerta. Entre os sintomas estão fadiga crescente, queda no desempenho, pensamentos negativos e cínicos sobre o trabalho, irritabilidade, perda de confiança para cumprir metas, evasão de tarefas e desmotivação.

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A APA também aponta causas como excesso de carga, falta de apoio da empresa, poucos recursos e conflitos entre valores pessoais e organizacionais.

Como superar o burnout

Joseph Rock indica cinco passos:

Estabelecer limites: definir horários e evitar responder mensagens fora do expediente. Reconhecer quando está se exigindo demais ajuda a proteger o tempo pessoal.

Cercar-se de positividade: apoio de colegas com visão positiva ajuda a aliviar o peso do dia a dia, enquanto pessoas negativas podem piorar a situação.

Redefinir o propósito: relembrar valores e metas que motivaram a escolha da carreira traz sentido ao trabalho.

Praticar o autocuidado: exercícios, descanso adequado, alimentação equilibrada, lazer fora do trabalho e pausas digitais fazem diferença.

Buscar ajuda profissional: se o cansaço e o cinismo afetam outras áreas da vida, conversar com um especialista pode ajudar a avaliar mudanças e negociar a carga de trabalho.

Mudar de emprego pode parecer uma solução, mas, como alerta o especialista, isso não resolve sozinho a raiz do problema, já que a forma de lidar com o estresse tende a acompanhar a pessoa. Por isso, fortalecer os próprios recursos e a rede de apoio é essencial para enfrentar as pressões de forma mais saudável.

Acompanhamento profissional

Buscar apoio especializado não só traz ferramentas para lidar com o estresse como cria um espaço seguro para expressar emoções. O processo terapêutico ajuda a reconhecer padrões que prejudicam e a desenvolver novas maneiras de enfrentar a rotina.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.