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O levantamento, feito por pesquisadores dos Estados Unidos, Reino Unido e Argentina, analisou dados de 204 países e mostrou que Haiti, Panamá, México e Costa Rica estão entre os mais afetados do mundo. Em países como Nicarágua, a mortalidade por problemas renais alcançou níveis recordes. Já Argentina, Colômbia e Peru têm índices intermediários, mas a tendência de crescimento preocupa.
A doença renal crônica compromete a capacidade dos rins de filtrar o sangue e eliminar impurezas. Nos estágios iniciais, quase não apresenta sintomas, o que dificulta o diagnóstico. Com o tempo, pode causar fadiga, inchaço, pressão alta e até falência renal. Exames simples de sangue e urina podem detectar precocemente o problema, mas nem sempre são acessíveis à população.
De acordo com a pesquisadora Lauryn Stafford, do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME), a prevalência da doença na América Latina atingiu 15,4% em 2023. A taxa de mortalidade aumentou mais de 30% desde 1990, impulsionada por fatores como diabetes, hipertensão e falta de acesso a tratamentos como diálise e transplante.
Especialistas também apontam para o surgimento de uma forma mais agressiva da doença, de causa desconhecida, que afeta principalmente trabalhadores rurais da América Central. O agravamento da situação é atribuído ao aquecimento global, à exposição a toxinas e às dificuldades econômicas que limitam o tratamento adequado.
Médicos alertam que medidas simples, como alimentação saudável, controle da pressão arterial e exames regulares, podem reduzir significativamente o risco.