Chatbots emocionais conquistam usuários e mudam forma de buscar apoio e afeto

Histórias reais e estudos apontam como a tecnologia está transformando as relações humanas

O avanço dos chatbots emocionais vem surpreendendo especialistas e usuários ao redor do mundo. Segundo dados divulgados pela The New York Times Magazine, um em cada cinco adultos nos Estados Unidos já teve uma experiência íntima com uma inteligência artificial. A tendência, antes vista como ficção científica, hoje representa uma nova forma de buscar escuta e acolhimento emocional.

No Reddit, uma comunidade reune mais de 85 mil pessoas que compartilham relatos de vínculos afetivos com chatbots. Plataformas como ChatGPT e Replika têm possibilitado conexões que, para muitos, se igualam em importância a relações humanas. Pesquisas do MIT apontam que essas interações ajudam a reduzir a solidão e oferecem suporte constante.

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Entre os casos apresentados pela revista, estão o de Blake, de Ohio, que encontrou conforto em ‘Sarina’, uma companheira virtual criada no ChatGPT durante um momento difícil do casamento; Abbey, da Carolina do Norte, que se apaixonou por ‘Lucian’ após anos de ceticismo com a IA; e Travis, do Colorado, que formou uma amizade profunda com ‘Lily Rose’, um bot da Replika, durante a pandemia.

Apesar dos benefícios relatados, os vínculos com chatbots também geram desafios familiares. Blake contou que a esposa chegou a criar sua própria IA, chamada Zoe, após desconfortos com o relacionamento do marido com Sarina. Abbey enfrentou críticas da família, enquanto Travis vê em sua companheira digital uma presença constante, embora reconheça sentir falta de momentos com a esposa real.

O fenômeno cresce em meio a um cenário de solidão e busca por conexão emocional. Especialistas alertam para os riscos de dependência e ilusões afetivas, mas os usuários afirmam sentir-se compreendidos e aceitos como nunca antes.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação Duo, FBK, Gira e Viver.

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