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A era do ‘burnout': 5 hábitos que drenam energia e favorecem o cansaço crônico

Estresse, falta de sono e comportamentos cotidianos sabotam o bem-estar. Médicas explicam como identificar os vilões da fadiga e recuperar a vitalidade com mudanças simples na rotina

Burnout é considerado um dos ‘males do século’

Sentir-se exausto ocasionalmente é comum, mas quando o cansaço extremo se torna parte da rotina, é preciso investigar as causas. Segundo especialistas, além de fatores físicos como má alimentação e sono inadequado, aspectos emocionais também contribuem para o esgotamento crônico.

“A alimentação inadequada e a falta de descanso podem gerar cansaço, mas também o estresse, preocupações e alterações no humor provocam fadiga, sensação de fraqueza e falta de energia”, afirma a psiquiatra Estefanía Belén Mondin, do Hospital Italiano de Buenos Aires, em entrevista ao Infobae.

Ela alerta que problemas médicos, como anemia, também podem estar na raiz da exaustão, reforçando a importância de manter os exames em dia. Do ponto de vista emocional, exigências diárias e sobrecarga de tarefas no trabalho e em casa podem causar ansiedade, falta de concentração e até doenças físicas.

O sono é outro ponto-chave. “A sonolência excessiva diurna é um sintoma que mostra dificuldade em manter-se alerta durante o dia, mesmo após um descanso considerado adequado”, explica Silvana Malnis, pneumologista do Laboratório do Sono do Hospital Alemão da capital argentina.

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Para ela, a principal causa é a privação crônica de sono, que compromete os reflexos, a atenção e a tomada de decisões. A longo prazo, esse quadro aumenta o risco de doenças cardiovasculares, transtornos mentais, obesidade, diabetes tipo 2 e declínio cognitivo.

Entre os principais hábitos que drenam energia, especialistas destacam cinco comportamentos comuns:

1) Multitarefas (‘multitasking’): Realizar várias tarefas ao mesmo tempo sobrecarrega o cérebro, reduz a concentração, aumenta erros e o nível de estresse. “O ‘multitasking’ não existe. Nosso cérebro só foca plenamente em uma tarefa de cada vez”, afirma a endocrinologista e psicanalista María Teresa Calabrese também ao site de notícias. A recomendação é focar em uma atividade por vez e fazer pausas regulares.

2) Procrastinação: Adiar tarefas eleva o estresse e consome energia mental ao manter a mente ocupada com preocupações pendentes. “Abrir mão da ideia de perfeição pode reduzir significativamente a procrastinação”, afirma a neuropsicóloga Lucía Crivelli, ao Infobae. Dividir tarefas em etapas menores e organizar o tempo também ajudam.

3) Querer sempre agradar os outros: Colocar sempre as necessidades alheias acima das próprias desgasta emocionalmente e afeta a autoestima. É fundamental estabelecer limites e agir com base em escolhas pessoais, e não por medo de rejeição.

4) Acúmulo de bagunça: Ambientes desorganizados afetam o bem-estar e dificultam a concentração. Manter o espaço físico limpo e funcional melhora o desempenho mental.

5) Ruminação mental: Repetir pensamentos negativos ou preocupações constantes esgota os recursos cognitivos. Identificar esse padrão e recorrer a técnicas como mindfulness ou psicoterapia pode ajudar a interrompê-lo.

Para recuperar a energia, a doutora Mondin recomenda adotar uma rotina equilibrada: “Alimentação adequada, sono regular e exercícios físicos são essenciais. A atividade física libera endorfinas, que promovem prazer e bem-estar”. Ela ainda sugere definir objetivos e projetos pessoais como forma de manter-se motivado.

Outras medidas importantes incluem:

  • Praticar atividade física e técnicas de respiração;
  • Dormir cerca de 8 horas por noite;
  • Planejar as atividades do dia, incluindo momentos de lazer e refeições;
  • Reduzir substâncias estimulantes como álcool, cafeína, sal e açúcar;
  • Evitar o uso de telas antes de dormir. “O uso de dispositivos eletrônicos à noite é uma das práticas mais prejudiciais ao sono”, alerta Malnis.
Jornalista graduado, com ênfase em multimídia, pelo Centro Universitário Una, de Belo Horizonte. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Antes, foi repórter da Revista Encontro. Escreve, em colaboração com a Itatiaia, nas editorias de entretenimento e variedades.