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Colombiana gera debate ao criticar cultura de trabalho do país nas redes sociais

Jovem que viveu em países como Alemanha e França, relatou ter descoberto um maior equilíbrio entre vida pessoal e trabalho durante sua estadia na Europa

Declarações de colombiana dividiram opiniões entre os usuários das redes sociais

Uma jovem colombiana que vive na Alemanha provocou intenso debate nas redes sociais após publicar um vídeo no TikTok criticando a cultura de trabalho de seu país natal. Scarlett Schmalbach, natural de Bogotá, afirmou que na Colômbia “não sabemos o que é qualidade de vida” e comparou a realidade trabalhista colombiana com a europeia.

A publicação, que rapidamente se tornou viral e acumulou milhares de visualizações, destaca as diferenças entre as abordagens europeia e colombiana em relação ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Experiência europeia transforma perspectiva

Schmalbach, que viveu em países como Alemanha e França, relatou ter descoberto um maior equilíbrio entre vida pessoal e trabalho durante sua estadia na Europa. Segundo ela, nesses países o descanso é respeitado inclusive aos domingos, quando “nada é feito e os chefes não nos incomodam”.

Durante mais de três minutos, a jovem explicou que na Colômbia existe uma cultura laboral onde muitas pessoas trabalham longas jornadas, inclusive nos fins de semana. Para ela, a qualidade de vida no país é frequentemente associada à aquisição de bens materiais, como automóveis e apartamentos, em vez de priorizar o tempo pessoal, o descanso e o bem-estar cotidiano.

“Quando falo em qualidade de vida, não me refiro a coisas materiais; isso não é qualidade de vida. A mentalidade europeia é diferente”, declarou a colombiana. Ela acrescentou que quando os latinos se estabelecem na Europa, percebem essas mudanças. “Como colombiana, você está acostumada a trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana, e aqui aprendi a respeitar os períodos de descanso das pessoas.”

Diferenças culturais no dia a dia

A jovem destacou que em vários países europeus o dia de descanso é rigorosamente observado, sendo comum encontrar estabelecimentos fechados aos domingos. “Eles não precisam abrir todos os dias, então o que fazem? Bem, eles têm que ser inteligentes e comprar tudo no sábado”, explicou.

Schmalbach também mencionou problemas estruturais como o sistema de transporte de Bogotá, onde os deslocamentos podem durar até duas horas, um fator que, segundo ela, afeta negativamente o cotidiano dos trabalhadores.

“Se eu retornar para Bogotá, não conseguirei manter o mesmo estilo de vida que tinha antes, porque foi prejudicial para mim mental e fisicamente, e você tem que aprender a respeitar o descanso”, explicou.

Reações dividem usuários

As declarações dividiram opiniões entre os usuários das redes sociais. “Quando você voltar e abrir seu próprio negócio na Colômbia, assistiremos a este vídeo juntos. Vamos ver o que você diz”, escreveu um usuário do TikTok.

Alguns apoiaram as opiniões de Schmalbach com experiências similares no exterior, enquanto outros a criticaram por comparar realidades distintas e pelo tom utilizado no vídeo. “Eu concordo. Estou impressionada ao ver pessoas na Europa saindo do trabalho e ainda com energia. Indo para terraços para beber cerveja e rir. Na Colômbia, você sai, está esgotado depois do trabalho e vai para casa dormir”, comentou uma internauta.

Caso similar reforça opinião

Outra colombiana compartilhou experiência semelhante. Alexandra Aristizábal, que vive na Espanha, também gerou polêmica nas redes sociais após compartilhar no TikTok as diferenças que encontrou na dinâmica acadêmica e profissional entre os dois países.

Em seu relato, Aristizábal ressaltou a eficiência e a organização do ambiente espanhol, características que, segundo ela, transformaram profundamente sua forma de trabalhar e estudar desde que chegou ao país europeu.

Um exemplo que ela compartilhou ocorreu durante uma aula na universidade. Enquanto na Colômbia era comum postergar tarefas e agendar mais reuniões extracurriculares, na Espanha ela observou que seus colegas começavam imediatamente a trabalhar nas atividades, sem planejamento prévio ou divisão de responsabilidades.

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Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa jornalismo no UniBH e é estagiária do Digital na Itatiaia. É apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema e mãe do Joaquim