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Arritmia cardíaca silenciosa pode provocar AVC

Embora muitas vezes não apresentem sintomas, arritmias cardíacas como a fibrilação atrial estão entre as principais causas de AVC e exigem atenção médica mesmo quando os batimentos parecem normais

Arritmias cardíacas, caracterizadas por alterações no ritmo do coração - sejam batimentos acelerados, lentos ou irregulares - representam um risco significativo à saúde. Dentre elas, a fibrilação atrial (AFib) é apontada como a principal responsável por acidentes vasculares cerebrais (AVCs). “Uma das arritmias mais importantes para o AVC pode manifestar-se com frequências normais”, alertam especialistas, destacando que o risco não depende apenas da velocidade dos batimentos, mas da forma como o coração se comporta.

A fibrilação atrial faz com que os átrios (as câmaras superiores do coração) tremam em vez de contrair de maneira coordenada, o que pode facilitar a formação de coágulos. Quando esses coágulos migram para o cérebro, o resultado pode ser um AVC. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), cerca de 1 em cada 7 AVCs tem origem em episódios de AFib.

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Outras arritmias perigosas incluem o flutter atrial, a síndrome do nó sinusal doente (que afeta o marcapasso natural do coração), a bradicardia (ritmo lento) e a taquicardia ventricular. Mesmo quando não há sintomas evidentes, essas condições podem prejudicar o fluxo sanguíneo e aumentar o risco de complicações graves.

O diagnóstico pode ser desafiador, já que alguns pacientes não apresentam sinais claros. No entanto, sintomas como palpitações, cansaço, tontura, desmaios, falta de ar e dor no peito devem ser levados a sério. Em muitos casos, o uso de anticoagulantes, medicamentos antiarrítmicos ou procedimentos como a ablação por cateter e a implantação de desfibriladores podem ser indicados.

A prevenção também passa por hábitos saudáveis. Adotar uma dieta equilibrada, praticar atividades físicas sob orientação médica e controlar a pressão arterial são medidas fundamentais para proteger o coração e reduzir o risco de AVC.

Por isso, pessoas com fatores de risco cardíaco, como hipertensão, histórico de infarto ou problemas nas válvulas do coração, devem realizar exames regulares. Identificar e tratar a arritmia precocemente pode ser crucial para evitar eventos potencialmente fatais.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.