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A planta mais tóxica do mundo parece inofensiva, mas pode causar dor insuportável e até a morte

Encontrada na Austrália e sudeste da Ásia, a Gympie-Gympie tem aparência normal, mas seu toque libera uma neurotoxina que provoca dores extremas por meses

A Gympie-gympie, planta mais perigosa do mundo

Com folhas verdes e formato de coração, a Gympie-Gympie pode parecer inofensiva à primeira vista. No entanto, ela é considerada a planta mais tóxica do mundo. Nativa das florestas tropicais do nordeste da Austrália, Indonésia e ilhas próximas, essa espécie esconde um mecanismo de defesa letal: estruturas microscópicas chamadas tricomas que injetam uma neurotoxina extremamente potente.

O contato com a planta provoca uma dor descrita por vítimas como “semelhante a ser queimado com ácido quente e eletrocutado ao mesmo tempo”. O pior é que o sofrimento não passa rápido: a dor pode durar dias, semanas e, em alguns casos, até meses. Isso ocorre porque os tricomas permanecem na pele e a toxina, chamada gympietide, continua ativa - podendo ser reativada por água, calor ou até mesmo um simples toque.

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Segundo a professora Irina Vetter, da Universidade de Queensland, “as toxinas da planta, chamadas gympie tides, atingem os mesmos receptores de dor que o veneno de aranhas e caramujos-cone”, o que a torna “unicamente venenosa para uma planta”.

Relatos ao longo da história confirmam os efeitos devastadores do contato com a Gympie-Gympie. Durante a Segunda Guerra Mundial, um soldado australiano teria enlouquecido após ser atingido pela planta. Em outro caso extremo, um homem tirou a própria vida depois de usá-la como papel higiênico, incapaz de suportar a dor.

Em 2022, o entusiasta de plantas Daniel Emlyn-Jones cultivou a espécie em casa, sob rígido controle, com o objetivo de alertar sobre seus perigos. “As pessoas podem achar que é uma piada, mas não é", afirmou à BBC.

No ano seguinte, a Gympie-Gympie passou a integrar o Jardim do Veneno, no Alnwick Garden, na Inglaterra, onde é mantida atrás de vidro para garantir a segurança dos visitantes, segundo o jornal Daily Mail.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.