Manter a saúde do cérebro e uma boa memória vai muito além da genética ou do envelhecimento. A alimentação tem um papel fundamental nesse processo. Estudos científicos mostram que alguns alimentos, especialmente certos cereais, impactam diretamente o desempenho cognitivo e a saúde mental.
Entre os mais recomendados, a aveia se destaca. Rica em fibras, vitaminas, minerais e compostos bioativos, ela promove benefícios como melhora da memória, da concentração e do desempenho mental ao longo do dia.
De acordo com a Clínica Mayo, grupo de clínicas médicas integradas e sem fins lucrativos, a aveia é um alimento de absorção lenta, ou seja, libera glicose de forma gradual no organismo, combustível essencial para o cérebro funcionar bem. Isso ajuda a manter a energia mental, reduzindo o cansaço e melhorando a atenção.
Pesquisas recentes indicam que consumir aveia no café da manhã traz benefícios ainda maiores. Isso porque, nesse horário, ela favorece o fluxo sanguíneo no cérebro, essencial para manter os neurônios ativos e protegidos, fortalecendo a memória de curto prazo.
Além disso, segundo o portal especializado Meditts, a aveia também estimula a produção de serotonina e melatonina, hormônios fundamentais para regular o humor, reduzir o estresse e garantir uma boa qualidade de sono, fatores diretamente ligados à capacidade de aprendizado e memória.
Apesar de todos os benefícios, especialistas fazem um alerta: o consumo excessivo pode causar desconforto intestinal, devido ao alto teor de fibras. Por isso, é recomendado introduzir a aveia na dieta de forma gradual e moderada, especialmente para quem não tem o hábito de consumi-la.
Outros aliados do cérebro
A aveia faz parte de um grupo de alimentos reconhecidos por favorecerem a saúde cerebral. Também estão nessa lista frutas como mirtilo, uva e abacate; vegetais verde-escuros; peixes ricos em ômega 3; além de sementes e especiarias como alecrim e cacau. Esses alimentos são fontes de antioxidantes e nutrientes anti-inflamatórios que ajudam a proteger os neurônios e a estimular a plasticidade cerebral.
Cogumelo juba de leão
Além dos alimentos já conhecidos, a ciência também tem olhado com atenção para o Hericium erinaceus, mais conhecido como cogumelo juba de leão. Pesquisas lideradas pelo professor Frederic Meunier, do Queensland Brain Institute (Austrália), publicadas no Journal of Neurochemistry em 2023, indicam que esse cogumelo tem a capacidade de estimular a regeneração das células nervosas e fortalecer a memória.
Segundo o estudo, compostos bioativos presentes no cogumelo estimulam o crescimento de neuritos — extensões dos neurônios que são essenciais para a comunicação entre as células. Em testes com animais, o consumo do cogumelo levou ao aumento da produção de neurotrofinas e melhorias significativas na memória, especialmente nas funções ligadas ao hipocampo, região do cérebro fundamental para o armazenamento de memórias.
Os pesquisadores acreditam que essa descoberta abre novas possibilidades para o tratamento e prevenção de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Além disso, os compostos do cogumelo têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, que ajudam a proteger o cérebro contra dores de cabeça frequentes e o declínio cognitivo.
Apesar dos resultados promissores, especialistas reforçam que é essencial procurar orientação médica antes de incluir o cogumelo na alimentação, especialmente pessoas com doenças autoimunes, para evitar possíveis contraindicações.
As evidências científicas reforçam: manter uma alimentação equilibrada, que inclua cereais como a aveia e outros alimentos com ação neuroprotetora, é fundamental para a saúde do cérebro em qualquer fase da vida. E, ao lado disso, a pesquisa de novas substâncias naturais, como as do cogumelo juba de leão, representa um avanço importante na busca por mais qualidade de vida e longevidade mental.