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“Não é apenas uma façanha técnica. É um símbolo do poder de inovação chinês”, afirmou o governo do país, que elogiou publicamente a conquista da empresa. A reação é compreensível: o Xring 01 foi produzido com litografia de 3 nanômetros pela gigante TSMC, mesma fornecedora da Apple, e promete desempenho similar ao dos chips mais avançados do mercado.
A empreitada, conforme destaca o site especializado Xatakamovil, começou há quatro anos e envolveu mais de 2.500 engenheiros e um investimento inicial de 13,5 bilhões de yuans (cerca de R$10 bilhões). Segundo Lei Jun, CEO da Xiaomi, o plano é continuar investindo pesado: “Vamos destinar 50 bilhões de yuans nos próximos dez anos ao desenvolvimento de semicondutores”, afirmou.
Com arquitetura de dez núcleos e desempenho semelhante - ou superior - ao Apple A18 Pro, o Xring 01 impressiona por ser a primeira tentativa da Xiaomi nesse nível de complexidade. "É o começo de uma nova geração”, comentou Lei Jun, referindo-se ao ’01' no nome do processador.
A conquista chama atenção também fora da China. Ainda sem reação oficial dos Estados Unidos, o lançamento é visto como potencial desafio à hegemonia ocidental no setor. Casos como o da Huawei, que foi duramente atingida por sanções norte-americanas, servem de alerta. Mesmo assim, a Xiaomi aposta que a dependência da TSMC - e não da fabricante chinesa SMIC - pode protegê-la, ao menos por enquanto, de retaliações similares.