Conhecido como o “segundo
“O intestino funciona como um barômetro do nosso bem-estar físico e emocional”, afirma o proctologista Acácio Centeno, em entrevista ao DOLCast.
Quando prestar atenção
Estima-se que 40% dos adultos lidem com desconfortos intestinais recorrentes, embora poucos procurem ajuda médica. Entre os sintomas mais preocupantes, destacam-se:
- Constipação ou diarreia por mais de três semanas
- Sangue nas fezes, mesmo em pequena quantidade
- Fezes muito escuras ou esbranquiçadas
- Dor abdominal intensa com febre ou vômitos
- Perda de peso sem motivo aparente
- Sensação de evacuação incompleta (tenesmo)
“Esses sinais podem indicar doenças como síndrome do intestino irritável, doença de Crohn, colite ulcerativa ou até câncer colorretal”, alerta Centeno.
Alguns grupos de pessoas têm risco aumentado para doenças intestinais:
- Pessoas com histórico familiar de câncer colorretal ou doenças inflamatórias
- Indivíduos com mais de 50 anos
- Sedentários ou com sobrepeso
- Quem tem dietas pobres em fibras e ricas em ultraprocessados
- Fumantes ou consumidores frequentes de álcool
- Pessoas sob estresse crônico ou com transtornos de ansiedade
Para esses públicos, a realização de exames regulares, como a colonoscopia a partir dos 50 anos, é ainda mais importante - embora cresça o número de diagnósticos em pacientes mais jovens.
Como é feito o diagnóstico
A investigação médica começa com uma análise detalhada dos sintomas, hábitos e histórico familiar. Exames como sangue oculto nas fezes, colonoscopia e calprotectina fecal ajudam a identificar inflamações e lesões precoces. Em casos mais complexos, exames de imagem como tomografias e ressonâncias completam a avaliação.
Tratamentos e avanços recentes
A medicina tem investido em soluções menos invasivas e mais eficazes. Doenças inflamatórias podem ser tratadas com terapias biológicas, que atuam diretamente em alvos moleculares. Cirurgias robóticas e laparoscópicas trazem benefícios em casos de pólipos e diverticulite.
Uma das novidades promissoras é o transplante de microbiota fecal, usado principalmente contra infecções recorrentes por ‘Clostridioides difficile’ e em estudo para outras condições.
A prevenção começa na rotina
Manter o intestino saudável exige hábitos consistentes:
- Dieta rica em fibras, com frutas, verduras, legumes e grãos integrais
- Hidratação adequada (pelo menos 2 litros de água por dia)
- Atividade física regular
- Redução do estresse com práticas como meditação e terapia
- Consumo consciente de probióticos (preferencialmente sob orientação médica)
“Não espere sentir desconforto para cuidar do seu intestino. A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo nossas melhores ferramentas”, finaliza o médico Acácio Centeno.