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Bruxismo: entenda as possíveis consequências do distúrbio para a saúde

Um levantamento global publicado em 2024 no Journal of Clinical Medicine revela que 34% da população mundial sofre com DTM, com maior incidência entre adultos de 18 a 60 anos

Bruxismo.

A dor de cabeça constante, incômodos no pescoço, rosto e até nos ombros pode esconder uma causa pouco conhecida, mas bastante comum: os distúrbios temporomandibulares (DTM). Esses problemas, muitas vezes confundidos com outras condições, afetam a articulação responsável por abrir e fechar a boca, a ATM, e trazem sintomas como zumbido, dificuldade ao mastigar, limitação da abertura bucal, insônia e sensibilidade dentária. As

Um levantamento global publicado em 2024 no Journal of Clinical Medicine revela que 34% da população mundial sofre com DTM, com maior incidência entre adultos de 18 a 60 anos. A América do Sul lidera o ranking, com 47% da população afetada, especialmente mulheres. Na comparação entre os sexos, o estudo mostra que, enquanto na Europa há equilíbrio, na América do Sul há uma mulher e meia com DTM para cada homem.

O principal vilão por trás da DTM é o bruxismo — hábito involuntário de apertar ou ranger os dentes. Embora associado ao sono, esse distúrbio também ocorre durante o dia. Quando não tratado, o bruxismo pode causar desgaste dental, retração gengival, trincas, fraturas em próteses e até quebra de dentes.

Segundo especialistas, fatores emocionais como ansiedade, depressão e estresse estão diretamente ligados ao problema, especialmente no bruxismo de vigília. Outros agravantes incluem genética a doenças como TDAH.

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“Questões hereditárias, alguns medicamentos, especialmente antidepressivos, apneia do sono, fumo e ingestão de álcool e cafeína também podem piorar o quadro”, disse Maria de Lourdes Rodrigues Accorinte, presidente da Câmara Técnica de DTM e Dor Orofacial do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo à Agência Einstein.

O tratamento da DTM é multidisciplinar. O primeiro passo é procurar um cirurgião-dentista especializado em disfunção temporomandibular e dor orofacial. Em alguns casos, o uso de placas oclusais é indicado. Fisioterapia, neurologia, psicoterapia e tratamento para distúrbios do sono também podem ser necessários, especialmente quando o quadro está relacionado a fatores emocionais ou neurológicos.

“Mas, em alguns casos, pode ser necessária a atuação conjunta de fisioterapeuta e neurologista”, explica Accorinte.

*com informações de Agência Einstein

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.