Neste mês, o Governo Federal anunciou a ampliação da cirurgia reparadora da mama pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, é possível realizar a cirurgia independente da causa da perda da mama.
Mulheres que sofreram mutilações nas mamas por motivos não oncológicos, como violência doméstica, queimaduras e complicações graves de cirurgias mal-sucedidas agora podem passar pelo procedimento pelo SUS. Os planos de saúde também são obrigados a oferecerem cobertura para esses casos, conforme a Lei 2.291/2023, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 17 de julho.
Segundo
“A reconstrução mamária, além de reparar o corpo, também ampara a saúde mental, especialmente porque a lei prevê suporte psicológico. É, portanto, uma medida de justiça, acolhimento e dignidade.”, disse.
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O que é, requisitos e como funciona
A reconstrução mamária é realizada quando a mulher sofre a perda total ou parcial de uma ou ambas as mamas, segundo o especialista. Pode ocorrer tanto após o tratamento de câncer quanto em casos de queimaduras extensas, traumas violentos ou complicações cirúrgicas.
A cirurgia, segundo Lama, pode ser feita por diferentes técnicas, que são escolhidas de acordo com cada paciente. "É possível utilizar retalhos do próprio corpo, como parte do músculo e pele do abdômen ou das costas, para formar uma nova mama, ou usar próteses de silicone. Em alguns casos, a reconstrução pode ser realizada no mesmo ato cirúrgico da remoção da mama, o que ajuda a reduzir o sofrimento da paciente. Quando a reconstrução da aréola e do mamilo não é possível cirurgicamente, profissionais especializados fazem tatuagens 3D hiper-realistas que simulam perfeitamente a aparência original, proporcionando um resultado estético e emocionalmente satisfatório. Além disso, a cirurgia pode ser ajustada ao longo do tempo, com retoques que acompanham as mudanças no corpo da paciente, como emagrecimento ou nova gestação”, explicou o cirurgião.
As mulheres que procuram esse tipo de cirurgia relatam dores físicas, como dor nas costas, ombros e braços, sobretudo após radioterapia. Além disso, o sofrimento psicológico intenso, perda de autoestima e dificuldade para lidar com o próprio corpo são outras queixas das que procuram a reconstrução mamária.
“Muitas também relatam dificuldade para se vestir, evitar espelhos e situações de intimidade, e se sentem constantemente constrangidas por conta da alteração estética. Mesmo casos que não envolvem mutilação, como grandes assimetrias ou queda intensa das mamas, também podem gerar desconfortos profundos e desejo legítimo de reparação”, relatou o profissional.
Para realizar a cirurgia, a paciente precisa ter indicação clínica, ou seja, que tenha sofrido mutilação na mama por causas previstas na lei ou por câncer. Também é necessário que o quadro clínico permita a realização da cirurgia, sem contraindicações médicas.
“Quando não há impedimento, a reconstrução pode ser feita até no mesmo tempo cirúrgico da retirada da mama. Isso depende da avaliação médica, do estado geral da paciente e, muitas vezes, da disponibilidade de equipe especializada. O encaminhamento pelo SUS também exige a correta classificação do procedimento dentro do sistema, com os devidos códigos autorizadores.”, finalizou o médico.