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Pode treinar gripado? Veja quando o exercício é seguro e quando não é

Especialistas explicam como identificar sinais do corpo e os riscos de manter a rotina de treinos durante gripes e resfriados

Pode treinar gripado? Veja quando o exercício é seguro e quando não é.

Com a mudança de tempo, aumentam os casos de gripes e resfriados — e, com eles, uma dúvida comum entre os praticantes de atividade física: é seguro manter os treinos quando se está gripado?

De acordo com especialistas, a resposta depende da intensidade e localização dos sintomas. Quando se trata de um resfriado leve, com sintomas como coriza, tosse leve ou nariz entupido, é possível continuar praticando exercícios moderados, desde que a pessoa se sinta disposta. Já em casos de gripe, caracterizados por febre, dores no corpo e cansaço intenso, o mais indicado é suspender os treinos e priorizar o repouso.

Uma referência prática é a orientação do Colégio Americano de Medicina Esportiva: sintomas localizados apenas acima do pescoço (nariz, garganta) permitem exercícios leves; já sinais abaixo do pescoço, como febre, dor no peito, tosse intensa e dores musculares, são um alerta para interromper qualquer esforço físico.

“Em alguns casos, atividades leves, como uma caminhada curta ou ioga, podem até ajudar a aliviar os sintomas, ao melhorar a circulação e liberar neurotransmissores como a serotonina”, explica o ortopedista e médico do esporte Thiago Viana, membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE).

Atenção aos cuidados

Mesmo nos quadros leves, é fundamental adotar cuidados adicionais: manter-se hidratado, evitar ambientes quentes e abafados, e estar atento ao uso de medicamentos que afetam a frequência cardíaca ou a regulação da temperatura corporal, como descongestionantes nasais.

Também é essencial reforçar a higiene: lavar as mãos antes e depois do treino, higienizar os equipamentos com álcool ou toalhas desinfetantes, manter distância de outras pessoas e, se estiver tossindo, usar máscara.

Caso os sintomas piorem durante o exercício, o esforço deve ser interrompido imediatamente e, se necessário, deve-se procurar atendimento médico.

Recuperação deve ser prioridade

Mesmo sem contraindicação formal em casos leves, os especialistas alertam para os riscos de forçar o corpo durante a recuperação. Segundo o infectologista Moacyr Silva Junior, do Hospital Israelita Albert Einstein, insistir nos treinos durante um quadro viral pode comprometer o sistema imunológico e agravar a condição.

“Se o corpo está lutando contra uma infecção, o exercício representa mais um estresse físico. Isso pode atrasar a recuperação e aumentar o risco de complicações como miocardite viral e síndrome de fadiga pós-viral”, explica o médico.Em geral, os sintomas gripais duram cerca de sete dias. Após esse período, o retorno às atividades deve ser gradual, com intensidade reduzida nos primeiros treinos.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.