As mudanças climáticas estão impactando diretamente a saúde respiratória infantil, especialmente entre crianças mais vulneráveis, aponta um estudo publicado no Jornal de Pediatria, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Pampa (RS) e da Unifesp, o estudo associa o aumento de doenças respiratórias ao avanço da industrialização e à intensificação de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, queimadas e enchentes.
A exposição precoce a esses poluentes compromete o desenvolvimento pleno da função pulmonar e reduz a capacidade dos pulmões de lidar com agressões futuras. Entre 1990 e 2017, o número de casos de doenças respiratórias crônicas cresceu quase 40% no mundo, segundo dados citados do The Lancet Respiratory Medicine.
Asmáticos ou portadores de rinite alérgica já têm naturalmente um grau de inflamação nas vias aéreas, mas até crianças saudáveis podem sofrer com mofo e poluição em ambientes domésticos.
“Ao serem expostos a fatores como poluição e aumento de temperaturas, que intensificam esse processo inflamatório, enfrentarão maiores dificuldades para estabilizar suas doenças de base”, explica o pneumopediatra Fabio Muchão, do Hospital Albert Einstein.
“A exposição precoce a poluentes compromete o desenvolvimento pulmonar e aumenta o risco de doenças futuras”, diz Muchão.
Especialistas destacam a importância da prevenção, como evitar atividades ao ar livre em dias muito poluídos e manter o calendário vacinal em dia.
*Com Agência Einstein