A perda do bebê da apresentadora
Pelas redes sociais, a equipe de Tati contou que ela notou que o bebê havia parado de se mexer e procurou atendimento médico. Exames revelaram que
À Itatiaia, a médica ginecologista Ana Cristina Souza, especialista em reprodução humana, explicou o que pode causar a morte fetal de bebês que já estão no fim da gestação.
“A morte fetal no final da gestação pode acontecer por diversas causas. Entre as mais comuns estão: alterações na placenta, como descolamento ou insuficiência placentária, problemas no cordão umbilical, infecções, malformações que só se manifestam mais tardiamente, doenças maternas como hipertensão e diabetes, além de trombofilias e condições que afetam a oxigenação do bebê", detalha.
Apesar de raro, gestante deve ficar atenta aos sintomas
Souza ressalta que as chances de um bebê morrer nessa fase da gestação são pequenas. “Felizmente, não é comum. A maioria das gestações evolui bem até o final. A morte fetal após 28 semanas acontece em cerca de 1 a 2 casos a cada mil nascimentos em países com bom acompanhamento pré-natal”.
Embora raro, casos como o de Tati Machado acendem o alerta para a importância da gestante manter um acompanhamento médico durante todo o período da gravidez. Para isso, a ginecologista afirma que é importante estar atento aos sinais de que algo não vai bem.
“A percepção dos movimentos do bebê é um sinal muito importante de bem-estar fetal. Se a gestante perceber que o bebê está mexendo menos do que o habitual, ou parar de mexer completamente, ela deve procurar imediatamente atendimento médico. Muitas vezes está tudo bem, mas é fundamental investigar para garantir que não haja nenhum risco para o bebê. Além da ausência de movimentos fetais, a paciente também pode apresentar sangramento vaginal, perda de líquido amniótico, cólicas intensas, exigindo avaliação médica imediata”, orienta.
Quando o pior acontece e a morte fetal é constatada, a gestante precisa passar por um processo induzido de parto, assim como aconteceu com a apresentadora.
“Quando infelizmente é constatada a morte do bebê, o parto geralmente é feito por via vaginal. É o método mais seguro para a mãe e permite uma recuperação física melhor. A equipe médica pode induzir o trabalho de parto com medicações, sempre com cuidado para oferecer acolhimento e suporte emocional nesse momento tão difícil. Em alguns casos específicos, como situações em que há risco para a mãe, pode ser indicada a cesárea. Mas, em geral, o parto vaginal é preferido”, explica.
Como reduzir os riscos de uma morte fetal?
A médica afirma que alguns fatores externos podem aumentar as chances de uma morte fetal tardia. São eles: hipertensão, diabetes mal controlado, obesidade, tabagismo, infecções, trombofilias, idade materna avançada, gestação múltipla e histórico de perdas anteriores.
No entanto, ela afirma que manter hábitos saudáveis e um acompanhamento médico adequado pode minimizar as chances de uma ocorrência desse tipo.
“Para reduzir o risco, o mais importante é manter um pré-natal adequado, com controle das condições clínicas, boa alimentação, acompanhamento do crescimento fetal e avaliação da placenta e dos batimentos cardíacos. A percepção dos movimentos do bebê também é uma ferramenta simples e muito eficaz para detectar precocemente alguma alteração”, finaliza.