No mundo do fisiculturismo e da busca pela
A popularização dos chamados “sucos” anabolizantes entre bodybuilders e frequentadores das academias é impulsionada pelo desejo de alcançar, em pouco tempo, resultados mais rápidos na definição e volume muscular. As substâncias mais utilizadas nesse meio estão o hormônio do crescimento (GH), a testosterona, o durateston, o sulfato de DHEA (deidroepiandrosterona), a oxandrolona - um derivado sintético da testosterona e, mais recentemente, a insulina.
Ação da insulina
A insulina é indicada para pessoas que têm
O médico endocrinologista e professor da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, Levimar Araújo, explica que, “a insulina é o maior anabolizante que temos, mais potente até mesmo que a testosterona. Ela atua em todas as vias metabólicas, promovendo a síntese de proteínas, gorduras e glicogênio. Mas, usá-la com fins estéticos é extremamente perigoso.”
Riscos
Entre os riscos mais imediatos, está a hipoglicemia, uma queda brusca nos níveis de glicose no sangue, que pode provocar tontura, tremores, confusão mental, convulsões e, em casos mais severos, leva ao coma ou à morte.
Entretanto, o quadro do uso da insulina por pessoas não diabéticas, especialmente sem acompanhamento médico ou sem uma alimentação adequada que compense a ação, é mais grave.
Para pessoas com diabetes, o médico ressalta que o uso de anabolizantes como a testosterona pode ser indicado apenas em casos de deficiência hormonal comprovada, com o objetivo de repor os níveis que estão abaixo do normal.
Uso indiscriminado de hormônios
Porém, em pessoas não diabéticas, o endocrinologista alerta também para as consequências do uso indiscriminado de anabolizantes em geral. “O excesso de testosterona, por exemplo, nos homens, pode causar atrofia testicular,
Nas mulheres, o endocrinologista também explicou que os impactos são igualmente severos, “desde irregularidade menstrual, crescimento excessivo de pelos, surgimento de acnes, queda de cabelo e até a hipertrofia do clitóris.”
Além das consequências físicas, os impactos da superdosagem hormonal pode afetar o comportamento, deixando-os mais agressivos, impulsivos, irritados e com distúrbios do sono. A longo prazo, há ainda riscos de hipertrofia cardíaca.
“O uso indiscriminado de hormônios precisa ser avaliado a curto, médio e longo prazos. Com o tempo, o que parecia inofensivo pode levar a consequências graves, como insuficiência renal, infertilidade e até câncer”, alerta o endocrinologista.
Todo tratamento deve ser feito com acompanhamento de um endocrinologista, especialista responsável pelo equilíbrio hormonal do organismo. O ganho muscular saudável leva tempo, disciplina e orientação adequada, e atalhos hormonais podem até trazer resultados rápidos, mas colocam em risco a saúde.