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Linhaça e amora ajudam a previnir a perda óssea, aponta estudo da UFLA

Pesquisa sugere uma nova forma de evitar a osteoporese, principalmente em mulheres pós-menopausa

Uma pesquisa do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Lavras (UFLA) testou extratos de linhaça e de folhas de amoreira como prevenção à perda óssea em organismo com deficiência estrogênica. Conduzida em roedores, a pesquisa apresentou resultados promissores na prevenção de doenças como a osteopenia e a osteoporose.

O professor Bruno Del Bianco Borges, coordenador da pesquisa explica que “no geral, embora seja um estudo em estágio inicial, os dados observados mostram o potencial desses suplementos naturais na prevenção da redução óssea associada à deficiência de estrogênio, o que é observado no sistema ósseo de mulheres com deficiência estrogênica, como ocorre na menopausa e pós- menopausa”.

Uma em cada três mulheres com mais de 50 anos terá osteoporose, segundo a International Osteoporosis Foundation (IOF), e isso está normalmente ligado à menopausa ou à remoção dos ovários. O tratamento utilizado para evitar a perda da densidade óssea decorrente desses eventos envolve o uso do estrogênio sintético - hormônio sexual feminino.

No entanto, esse tratamento é controverso, uma vez que ele já foi associado ao câncer de mama. O artigo, intitulado “Extrato de linhaça e amora melhoram a qualidade do osso trabecular em ratos com deficiência de estrogênio”, sugere outra solução extrato de folhas de amoeira e extrato de linhaça.

Para a pesquisa, roedores foram submetidos à retirada dos ovários (ovariectomia) e, sete dias após o procedimento, divididos em cinco grupos. Cada grupo recebeu apenas um dos compostos a seguir: solução salina (grupo de controle), extrato de folhas de amoreira, extrato de linhaça, combinação dos extratos de linhaça e de folha de amoreira, e estrogênio. A pesquisa analisou o fêmur dos animais, pois esse osso, assim como as vértebras lombares, são os ossos mais suscetíveis à deterioração quando há deficiência de estrogênio. A partir disso, o objetivo foi entender se o fêmur dos roedores manteria sua estrutura óssea quando suplementados com os extratos que são compostos ricos em substâncias antioxidantes e compostos fenólicos, sendo alguns com propriedades estrogênicas.

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Após 60 dias da suplementação, os resultados foram avaliados e comprovaram que a conservação óssea dos animais tratados com os extratos foi semelhante à dos tratados com estrogênio. Além disso, os animais tratados com os extratos de linhaça e de folha de amoreira mostraram maior densidade óssea, maior volume ósseo e menor porosidade, em comparação com os animais tratados apenas com solução salina.

Além disso, os extratos aumentaram as porcentagens de cálcio, fósforo e magnésio nos ossos dos animais, o que é benéfico para a saúde óssea. A suplementação com os extratos também ajudou na redução da perda óssea, principalmente contra a perda óssea trabecular (parte interna do osso), sendo observada essa perda óssea nos animais sem ação estrogênica e sem suplementação.

*Com informações do Portal da Ciência da UFLA

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde
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